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Enviada em: 05/06/2017

Com o discurso de combater a fome, a partir da década de 1960 surgiu, no Brasil, a Revolução Verde, a qual melhorou os processos agrícolas através da mecanização do campo. Em seguida, os avanços tecnológicos proporcionados pela nova estruturação corroboraram para o aumento da produção de alimentos, os quais são amplamente desperdiçados em função tanto das condições de transporte e manuseio, quanto do consumo desenfreado da população brasileira.  Em primeiro lugar, é válido ressaltar a relevância da automatização agrícola para aperfeiçoar os processos rurais através de máquinas modernas e espécies melhoradas geneticamente. Entretanto, a forma de transportar e manusear os alimentos não acompanharam os avanços tecnológicos, o que resulta no desperdício de mais da metade da produção do Brasil. Do mesmo modo, segundo pesquisas feitas pela Embrapa, o sistema logístico dos produtores brasileiros determina a grande perda dos alimentos, uma vez que esses entram em contato com equipamentos que se encontram em mau estado de conservação, bem como temperaturas inadequadas durante o transporte.   Ademais, de acordo com o sociólogo Zygmunt Bauman, na sociedade pós-moderna o consumo está atrelado à noção de existência e felicidade. Nesse sentido, as famílias brasileiras mantêm hábitos de obtenção desenfreados, adquirindo uma quantidade imoderada de alimentos, além da aversão pelo consumo dos excedentes das refeições. Essa situação afirma o desperdício de boa parte dos produtos obtidos em feiras e supermercados, além do mau processamento das mercadorias por parte da população.   Em síntese, torna-se necessária a adoção de medidas para combater a perda de alimentos no Brasil, de modo a aproveitar os benefícios da implantação da tecnologia no campo. Dessa forma, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, em parceria com o Ministério do Meio Ambiente, deve erradicar o desperdício das produções nas etapas do transporte e manuseio, por meio da fiscalização e aplicação de multa àqueles que não cumprirem os requisitos para a conservação alimentícia. Ademais, o Ministério da Educação deve erradicar o costume do esperdício nos lares brasileiros, introduzindo aulas de culinária nas escolas, com o objetivo de ensinar métodos de reaproveitamento dos alimentos, bem como o consumo consciente, para alunos e seus responsáveis.