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Enviada em: 16/09/2017

Desde a era colonial, a agroexportação tem papel central na economia do Brasil. Com as grandes propriedades e o emprego de tecnologia na lavoura, o país possui atualmente o terceiro maior índice de exportação de alimentos do mundo, segundo a FAO. No entanto, a grande produção vem somada ao grande desperdício que pode ser visto em todas as partes do processo produtivo, o que contrasta com o problema de fome encontrado em todo o mundo.       Estima-se que 1 bilhão de pessoas sejam afetadas pela fome no mundo. No entanto, a produção mundial de alimentos seria suficiente para abastecer toda a população, não fosse o desperdício e a distribuição irregular.  De acordo com a Embrapa, 40 mil toneladas de comida são desperdiçadas por dia no Brasil, com 90% ocorrendo antes mesmo de chegar ao consumidor final. Além disso, boa parte do que chega nas prateleiras é perdido por exigências estéticas na hora da compra, por armazenamento inadequado e durante o preparo.       Outrossim, há ainda o desperdício encontrado em restaurantes e supermercados, que jogam fora produtos que poderiam ser aproveitados por ONGs e sopões, mas que não o são devido a falta de uma legislação que regulamente doações. Desse modo, fica evidente a necessidade de uma melhor gestão na cadeia produtiva e de um consumo consciente, o que diminuiria prejuízos e viabilizaria o menor uso de terras para o plantio.       Diante do exposto, mostra-se necessária uma ação do Estado, da iniciativa privada e da sociedade, a fim de conter o desperdício de alimentos. O primeiro, por meio do legislativo, deve criar leis de incentivo fiscal às empresas que investirem na redução do desperdício, bem como regulamentar a doação de alimentos por estabelecimentos privados; a segunda deve investir em tecnologias que permitam reduzir a perda durante os estágios de produção, bem como aumentar o reaproveitamento; a última deve rever seus padrões de consumo e preparo de alimentos, minimizando os efeitos dessa problemática.