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Enviada em: 03/09/2017

O Brasil, considerando-se a pesquisa da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) sobre o descarte de 40 toneladas de alimentos por dia, sofre com o problema do desperdício de comida. Destarte, à vista do problema da fome pelo mundo - que, segundo a Organização Mundial da Saúde, atinge em torno de 100 milhões de pessoas -, torna-se imperativo a extinção desse desperdício, já que o Brasil, como potência agropecuária mundial, poderia não somente dar o exemplo, mas ajudar a acabar com boa parte dessa desnutrição epidêmica.      A princípio, cada ser humano precisa consumir em torno de duas mil calorias por dia, que, acordo com a genética, vigor das atividades físicas e outros fatores biológicos, pode variar tanto para mais, quanto para menos. Nesse sentido, tomando como base que um grama de carboidrato, um grama de proteína e um grama de gordura têm, respectivamente, 4, 4 e 9 calorias, e que a proporção dos desperdícios desses nutrientes é igual, o Brasil desperdiça algo em torno de duzentos milhões de calorias por dia. Conclui-se, portanto, que o país poderia alimentar mais cem mil pessoas com esses alimentos que vão para o lixo.      Não obstante das estatísticas do desperdício, a questão sociopolítica da conivência com essa situação influencia a constância desse problema. Nessa conjuntura, é válido citar o período da Revolução Industrial do século XVIII, onde, como nunca visto antes, a produção, como a alimentícia, crescera de forma inacreditável. Desse modo, díspar às diferenças econômicas, todos puderam usufruir da maior facilidade de aquisição de alimentos, com preços mais acessíveis e com mais disponibilidade. Assim, desde então, a relação humana com a comida se torna mais promíscua, aumentando, aliás, o desperdício. Consequentemente, quanto maior a produção agropecuária nacional, maior o desperdício e menor o exemplo para a comunidade internacional.      Fazem-se, em vista às considerações acima, necessárias intervenções para assegurar que o Brasil lidere a conscientização quanto ao desperdício de comida. Para tanto, o Ministério do Desenvolvimento Social poderia criar projetos para a redistribuição das comidas que seriam jogadas fora em estabelecimentos comerciais. Não somente auxiliar nessa transposição de alimento para os pobres, mas também dar incentivos, como fiscais, aos comércios que adotarem tal postura. Outrossim, o Ministério da Fazenda disponibilizaria verbas para que o Governo possa comprar o excedente da produção agropecuária, destinando-o às famílias carentes, fazendo com que a Economia nacional flua melhor, o país cresça mais rico e, dessa maneira, os alimentos sejam distribuídos de forma mais igualitária, evitando, por conseguinte, o desperdício.