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Enviada em: 06/09/2017

No limiar do século XXI, a fome configura um dos principais problemas sociais que o Brasil deve combater. Nesse sentido, dois aspectos fazem-se relevantes: o crescente desperdício de alimentos durante suas fases de produção e a realidade acerca da banalização que essa problemática sofre nos dias de hoje.    Em primeiro lugar, cabe concedermos uma parcela de responsabilidade não só aos desperdícios na cozinha e sim na colheita, no transporte e nas centrais de abastecimentos. De acordo com dados divulgados pela organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), o Brasil é considerado um dos dez que mais desperdiçam comida em todo o mundo, com cerca de 30% da produção praticamente jogados fora na fase pós-colheita, mostrando a importância de se extinguir esse cenário.     Em segundo lugar, parafraseando o sociólogo Zygmunt Bauman, a modernidade atingiu um ponto em que as relações são voláteis e frágeis. Dessa forma, os indivíduos contemporâneos enxergam o mundo e todos os seus problemas como banais, fato que está intrinsecamente ligado ao desperdício no país, já que foi preciso que uma operação, como a ocorrida em março de 2017, denominada Operação Carne Fraca denunciasse a triste realidade na produção de carne no Brasil, para que o tema ganhasse mais atenção pela esfera popular.   Entende-se, portanto, que é preciso que o país contorne esse desperdício, tendo em vista as consequências nas quais esse problema implica. É dever do Estado em parceria com a ONG Banco de Alimentos, regulamentar a taxa de desperdício em restaurantes, a fim de alertar os consumidores que essa prática têm um impacto negativo na sociedade e precisa ser combatido. Ademais, cabe ao Poder Legislativo simultaneamente com o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à fome (MDS) criar leis que punam aqueles responsáveis pelo demasiado desperdício nas fases de produção de determinado alimento. Dessa maneira, caminharemos em direção a um país mais justo.