Materiais:
Enviada em: 22/10/2017

Calar-se sobre o problema não o faz sumir.       A fome no Brasil, infelizmente, é uma questão que vem sido esquecida pela mídia, por consequência, pela população. Tal esquecimento não é proporcional à resolução do problema que, na verdade, é uma consequência de algo muito mais enraizado no país: a má distribuição de renda. Sendo o Estado o principal detentor das soluções, é necessário que a atenção volte urgentemente para essa questão, visto que não são apenas estatísticas aumentando, mas sim vidas sendo perdidas a cada dia.          Socialmente a fome é esquecida por estar apenas no imaginário da nação, uma família com padrão de vida mediano dificilmente terá em seu círculo de pessoas próximas alguém na miséria, deixando para a televisão a responsabilidade de mostrar que essas pessoas ainda existem, visto sua influência na consciência coletiva atualmente.              Como antecedente à fome, há a divisão de capitanias hereditárias ainda no Brasil de 1500, esse território nunca passou por uma reforma agrária, o que levou tais latifúndios a serem utilizados para monocultura e exportação, visando o crescimento econômico. No entanto, deixando o mercado interno carente - com preços acima do esperado para um país com tamanho potencial agrícola, gerando ainda mais dificuldade para quem sofre com a subalimentação.            O Estado tomou diversas medidas eficazes para o combate nos governos de 2003 à 2009, criando programas como Bolsa Família e o Fome Zero - uma pensão governamental e restaurantes comunitários a preços simbólicos, respectivamente. Contudo, são medidas paliativas e não resolvem o problema à longo prazo, por isso, necessitam de reformulações.               Dado o exposto, é imprescindível que o Estado concilie programas governamentais com cursos técnicos, capacitando os beneficiados para conseguirem se realocar no mercado de trabalho e competirem por melhores cargos. Assim como a fiscalização dos latifúndios, poderiam ser impostos critérios de produção - por exemplo, definindo qual o percentual obrigatório para o mercado interno por tamanho de terreno. Enquanto população resta a solidariedade, a criação de ONG's e distribuição de cestas básicas, o que poderia ser fomentado por campanhas na mídia televisiva, impressa e afins. O fundamental é não deixar o esquecimento tirar vidas do povo, muito comenta-se sobre a fome em países asiáticos e africanos, porém, a cidade vizinha pode estar enfrentando o mesmo problema despercebida. É necessária uma conscientização regional e não somente global.