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Enviada em: 28/10/2017

Pensar em questões como o desperdício de alimentos no Brasil é, certamente, muito importante. No entanto, a complexa busca por soluções, e a banalização do tema não contribuem para que ocorram os tão desejados avanços. A sociedade se sente exausta. Vencer esse sentimento é preciso. Para isso, é imprescindível discutir e analisar dois aspectos fundamentais: o caminho do desperdício no Brasil, e a má educação da maior parte da população brasileira.       É evidente que o processo de transporte de alimentos no Brasil seja uma das principais causas do problema. Na década de 50 o Presidente JK aumentou consideravelmente a malha rodoviária brasileira. Isso favoreceu, não só a circulação da população, como também o escoamento dos alimentos produzidos no campo para as cidades. Porém, a ausência de manutenção nas estradas às tornou mal conservadas, fazendo com que 50% de todo o desperdício no país se deva ao manuseio e transporte dos alimentos.       Entretanto, muitos problemas dificultam a resolução do impasse. Desde o século XX, com a hegemonia do capitalismo, cultiva-se a ideia de que os alimentos sejam produtos descartáveis e infinitos. O resultado disso se reflete na sociedade contemporânea, onde empresas, distribuidoras e consumidores rejeitam alimentos perfeitamente comestíveis simplesmente por padrões estéticos e superficiais, como por exemplo: "está perto da validade" ou "essa fruta não está bonita o suficiente". Esse pensamento é gerado pela má educação de grande parte da população, causada pelo desconhecimento da complexa cadeia produtiva no campo.       Fica clara, portanto, a necessidade de medidas para resolver o impasse. É imperioso, nesse sentido, uma postura ativa do Governo Federal em relação a manutenção das estradas e rodovias brasileiras, com uma maior destinação de impostos à essas obras. Além disso, Governadores e Prefeitos, junto às distribuidoras, podem promover políticas de reaproveitamento de alimentos perto da data de validade, e, com a supervisão da ANVISA, distribuir esses alimentos nas escolas e em bairros carentes. Quem sabe dessa forma, o Brasil possa reduzir as toneladas de alimento que vão para o lixo todos os dias e, ao mesmo tempo, diminuir a população que não tem acesso à uma fonte de nutrientes no país.