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Enviada em: 02/04/2018

No século XVIII, o economista britânico Thomas Malthus difundiu a ideia de que, se não houvesse um controle populacional, haver-se-ia uma crise mundial de alimentos e, com isso, inúmeros cidadãos iriam morrer de fome. Paradoxalmente a teoria malthusiana, o que se percebe hoje é a produção exagerada de alimentos que, somado a outros fatores, resultam no seu desperdício. Nesse sentido, é importante averiguar as causas desse problema e os motivos que levaram o Brasil a ter que administrá-lo.   É preciso considerar, antes de tudo, que o fato de haver uma quantidade muito grande de produtos alimentícios sendo produzidos, não significa necessariamente que toda a população esteja se alimentado de forma adequada. Isso porque a desigualdade ainda é um fator preponderante de limitação, e faz com que muitos brasileiros, sem recursos, deixem de ter as devidas refeições. Por outro lado, existe na sociedade uma grande parcela que não só tem acesso aos alimentos, mas também os tem de forma exagerada, o que ocasiona o desperdício. Tal resultado não se limita ao exagero na hora da compra, pois a rigorosa seleção que é feita pelos consumidores também compromete grande parte dos produtos que, por apresentarem qualquer modificação estética, são rejeitados e acabam sendo jogados no lixo, mesmo que ainda sejam comestíveis.   É indubitável que o Brasil se constitui como uma das maiores potências no que tange ao agronegócio. Por isso, quando o assunto é desperdício de alimentos o país acaba sendo alvo da problemática, haja vista que ainda não há um controle adequado da produção, do armazenamento e do transporte, fatores essenciais para que se possa evitar as perdas. Sendo assim, é possível perceber que até chegar às mãos do consumidor, o alimento tem que passar por diversas etapas, nas quais acumulam em torno de 90% de todo o desperdício, dados divulgados pelo jornal “o globo”. Além disso, poucas pessoas têm a iniciativa de doar o alimento que seria desperdiçado, seja pela ausência de instituições filantrópicas que estejam próximas, ou pelo descompromisso para com aqueles que mais necessitam, optando, assim, pelo método mais “econômico” que é destinar tudo aos lixões.  Urge, portanto, que a sociedade e instituições públicas cooperem para mitigar essa lacuna, que afeta toda uma cadeia, já que para cada alimento gasta-se água, energia e mão de obra. Sendo assim, é dever do cidadão ser mais objetivo nas compras e evitar que o excesso se torne desperdício. Ademais, poderá, os grandes capitais privados, contribuir para a construção de mais associações de caridade, a fim de diminuir o desperdício de alimentos e ainda abastecer os mais necessitados. Outrossim, o Estado deverá contribuir no financiamento de verbas para a regulamentação da coleta e melhoria dos transportes, buscando reduzir, também, a distância entre o produto e o consumidor.