Materiais:
Enviada em: 28/09/2018

No século XXI, o Brasil vem se deparando com um cenário desafiador, arquitetado pelo mau uso da publicidade infantil. Nesse sentido, dois problemas têm sido amplamente debatidos no país: por um lado, a questão do uso de propagandas com finalidades persuasivas em cima de um produto, o que, muitas vezes, gera prejuízos a saúde da criança e; por outro, o fato de que essas mesmas propagandas ajudam a criar consumidores leigos que, desde cedo, não sabem qual a verdadeira necessidade do consumo. Logo, a problemática reflete uma ameaça para a sociedade e, assim, cumpre ser enfrentada.     Em primeiro plano, vale ressaltar que o uso inadequado de ferramentas midiáticas, como a publicidade, aumenta ainda mais o abismo entre a saúde e o analfabetismo alimentar das crianças. Em defesa dessa assertiva, dados do Instituto de Pesquisa da USP revelam que 57% dos casos de obesidade infantil estão relacionados a anúncios que estimulam o consumo de comidas gordurosas ou alimentos nocivos ao bem-estar do corpo. À vista disso, o princípio Constitucional de que é dever do Estado contribuir para o avanço da nação é amputado, uma vez que poucas medidas, tais como a tabulação de leis que proíbam esse tipo de divulgação, são tomadas na profilaxia do infortúnio.     Outrossim, quando Pitágoras afirmou que é preciso educar as crianças, para que assim não seja necessário castigar os homens, deixou bem claro a importância da educação, em seu amplo aspecto. No Brasil, no entanto, a publicidade infantil rompe com o máxima do autor. Isso porque, fomenta, diversas vezes, o consumo desordenado sobre alguns produtos, ajudando, desta maneira, a construir uma parcela jovem analfabeta do ponto de vista consumista, a qual não sabe, na maioria dos casos, por que deseja um artefato ou  aderir a um serviço. Desse modo, é possível dizer que paradoxalmente ao que foi defendido pelo filósofo, crianças mau educadas contribuem para o castigo dos homens.     Nessa perspectiva, urge que medidas sejam tomadas pra superar os problemas ligados a publicidade infantil no Brasil. Destarte, cabe ao Estado, na figura do Poder Legislativo, elaborar leis que punam, através de multas, empresas e órgãos comerciais que usam propagandas com fim coercitivo em relação ao consumo de alimentos prejudiciais a saúde das crianças, a fim de que o problema da obesidade infantil possa ser minorado. Ademais, é imprescindível que o Ministério da Educação, em parceria com a mídia televisiva, promova propagandas impactantes que alerte os pais a respeito dos perigos oferecidos por anúncios que convidam a prática de um consumo desorientado, para que os genitores possam ficar cientes desse fato e, posteriormente, possam educar seus filhos em relação a praticas consumistas. Decerto, assim, os problemas da publicidade infantil restringir-se-ão ao passado.