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Enviada em: 20/10/2018

John Locke, notável filósofo do século XVII, diz que o ser humano é como uma tela que é preenchida por influências e experiências. Tomando como norte a ótica do autor, percebe-se que o Brasil se vê diante um cenário desafiador. Isso porque a publicidade infantil, no país, tem sido usada de modo a influenciar muitas crianças ao consumo desorientado e inconsciente de alguns produtos. Logo, essa realidade constitui uma ameaça para a sociedade, uma vez que  contribui para a formação de pessoas alienadas ao consumo e também por acarretar prejuízos a saúde e ao bem-estar humano.         Mormente, vale ressaltar que esse tipo de publicidade corrobora a prática de hábitos consumistas do público infantil. No Brasil, uma pesquisa feita pelo Instituto de Pesquisa da USP com alguns pais revela que 10, a cada 17 crianças, não permanecem com um brinquedo ou algum tipo de artefato de infantojuvenil por mais de três dias. Nesse cenário, nota-se que com o passar do tempo, mais esse público tende a se tornar alienado ao consumo , o que fortalece a ideia de uma sociedade sem controle de gasto e, além disso, de precária visão crítica de suas verdadeiras  necessidades.         Outrossim, de acordo com dados do Ministério da Saúde,  alguns problemas, como a obesidade,  a diabetes e outras doenças, são impulsionadas pela divulgação de propagandas que induzem a ingestão de alimentos gordurosos que são prejudiciais a saúde do corpo. Nessa perspectiva, e analisando a publicidade infantil sob um prisma estritamente ameaçador, torna-se evidente que esse tipo de anúncio, quando possui um caráter persuasivo, constitui uma ameaça pra o bem-estar humano e contribui para a dissolução da harmonia do indivíduo na sociedade.        Diante dos argumentos supracitados, fica claro, portanto,  que caminhos precisam ser tomados para combater os pontos negativos que contornam a publicidade infantil. E para garantir isso, é necessário medidas concretas que tenham como protagonistas o Estado e a mídia. O Estado, com seu caráter socializante e abarcativo, na figura do Poder Legislativo, deve tabular leis que punam, por meio de multas e apreensões, empresas e órgãos de divulgação televisiva que viabilizem propagandas cujo objetivo seja induzir o público infantil a consumir de forma inconsciente, como o fito de formar pessoas no futuro com uma visão mais crítica e responsável do ponto de vista consumista. A mídia, com seu forte poder coercitivo, em parceria com grandes canais de concessão estatal, precisa fomentar a população a analisar com mais atenção produtos alimentícios enunciados em canais televisivos, promovendo comerciais que alertem a sociedade sobre os riscos desses alimentos a saúde, para que, dessa maneira,  sejam minorados os problemas relacionados ao bem-estar do corpo. Decerto, assim, poder-se-á construir uma nação  de caráter consciente e que saiba das suas verdadeiras necessidades.