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Enviada em: 12/03/2017

A articulação da publicidade foi responsável por importantes eventos ocorridos ao longo da história, como a queda do absolutismo e o engajamento da população brasileira com o presidente Getúlio Vargas. Em vista disso, uma vez que esse mecanismo se mostra tão influente, é necessário que se discuta os efeitos que a publicidade tem sobre as crianças. A difusão de conteúdos gerada por essa estrutura é negativa para a classe infante, o que é comprovado pela teoria da Indústria Cultural e pela falta de criticidade na infância.              Ao se analisar a teoria da Indústria Cultural, feita por Theodore Adorno, constata-se que a mídia é um dispositivo dotado de poder de dominação. Em sua teoria, Adorno diz que, a publicidade manipula os sentimentos do homem por apresentar uma falsa e efêmera sensação de felicidade. Contudo, mesmo ciente de tal poder, o indivíduo não consegue romper com esse ciclo, pois os canais de comunicação, coercitivamente, o induzem a participar do mundo caótico criado por eles. Analogamente, é possível perceber que, a alienação midiática é um fato social e rege, com exceção de um pequeno número de pessoas, a sociedade contemporânea.           Entretanto, o problema agrava-se, ainda mais, quando inserido no meio infantil, visto que as crianças não possuem a criticidade necessária para discernir os conteúdos assistidos nos comerciais. Geralmente, a publicidade de TV, tipo que mais afeta esta classe, é composta por cores fortes, desenhos e crianças felizes, o que, devido à pouca capacidade crítica atrelada ao processo corrente de desenvolvimento do cérebro na idade de 0 a 7 anos, forma no indivíduo o pressuposto de que a felicidade está condicionada à obtenção de tal produto. Nessa perspectiva, pode-se dizer que, em uma avaliação mais aprofundada, o estado de desenvolvimento primário dos infantes associado à tais propagandas age como fator alienante e influi negativamente na vida desse público.           Diante dessa conjuntura, pode-se perceber e comprovar que a publicidade infantil gera efeitos prejudiciais às crianças. Portanto, medidas devem ser tomadas para que o problema seja sanado. Assim sendo, o governo, por meio do CONANDA (Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente), deve enrijecer a fiscalização de propagandas destinadas ao público infantil, a fim de que os menores não sejam negativamente influenciados pelo conteúdo dos comerciais e não cresçam como cidadãos alienados pela mídia. Some-se a isso a realização de palestras, campanhas e debates sobre o tema dentro da escola, para que os infantes desenvolvam a criticidade e capacidade de discernimento desde cedo e não sejam facilmente enganados pelo meio midiático.