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Enviada em: 15/04/2017

O Fetiche sobre os produtos infantis      Historicamente, a necessidade de atingir um público específico fez com que a propaganda se desenvolvesse cada vez mais. Nos dias de hoje, pode-se denotar com clareza que os interesses das empresas estão voltados para o mundo infantil que, no Brasil, encontra-se suscetível aos valores divulgados pelas publicidades; tanto pela falta de órgãos e leis que fiscalizem essas quanto pela vontade de alienar o novo mercado.        É inegável que as propagandas se utilizam de inúmeros recursos para viabilizar a expansão de seus produtos. Se na década de 1950, período dos anos dourados brasileiro, essas eram feitas por meio de panfletos com mulheres e eletrodomésticos idealizados- para influenciar a compra desses produtos pela nova classe econômica, as mulheres; atualmente, observa-se a influência midiática para divulgação de produtos infantis com a marcante presença de bonecos e desenhos animados. Dessa forma, acabar com esse exagero publicitário é uma necessidade, e não um fato opcional.        Ademais, pode-se afirmar que outro pilar para as propagandas serem voltadas ao público infantil é a falta de autoconsciência crítica desse mercado. Conforme dados divulgados pela CONAR, o Brasil é um dos poucos países onde a autorregulamentação das publicidades ainda é existente, não havendo leis nacionais de controle. Assim, rompe-se, facilmente, a integridade psicológica das crianças por meio do ‘’marketing’’, persuadindo-as para a compra de qualquer produto e, não obstante, colocando a questão do ser alcançada por meio do ter, algo inaceitável nos dias de hoje. Diante disso, extinguir o Fetiche da mercadoria, ou seja, a ilusão de que a felicidade seria alcançada com a compra do produto é outra medida profilática para a redução do problema.       É evidente, portanto, que medidas são necessárias para resolver o impasse. De acordo com Karl Marx, filósofo alemão do século XIX, o estímulo ao consumo é o que consolida o sistema capitalista. Nesse contexto, o Legislativo deve atuar em consonância com o Ministério das Comunicações, garantindo não só a criação de leis que proíbam campanhas publicitárias com apelo ao lúdico, como também a execução dessas. Outrossim, os professores devem ensinar para as crianças, por meio de jogos de interação ou mesmo pela análise de uma publicidade, os reais interesses das propagandas, demonstrando, por conseguinte, que os valores humanos essenciais vão muito além dos materiais. Quem sabe assim, o fim do Fetiche sobre a mercadoria deixe de ser uma utopia para o Brasil e para o resto do mundo.