Materiais:
Enviada em: 23/05/2017

Quando o poeta Manoel de Barros diz "É preciso transver o mundo", percebe-se a necessidade de uma nova visão ser dada às situações do cotidiano social. Seguindo isso, surge a questão da publicidade voltada às crianças no Brasil, que precisa passar a ser observada como um grande problema a ser resolvido. Isso porque o exacerbado marketing envolvendo o público infantil pode trazer impasses para o futuro desses indivíduos.     De início, vale ressaltar que, assim como o filósofo Aristóteles sinaliza, as questões da vida não podem ser regidas pela demasia, o que torna preciso, pois, o encontro da justa medida. Entretanto, no Brasil, é notável que crianças estão sendo atingidas excessivamente pela persuasão das propagandas. Estas são comuns o dia todo e, para complementar esse cenário, os pequenos, vivenciadores de uma era digital, estão cada vez mais ligados à televisão.  Nesse contexto, o marketing pode envolver facilmente os infantes, os quais geralmente não possuem bom discernimento. Por exemplo, o pequeno telespectador de uma propaganda que instiga a compra de um boneco tenderá a querer adquiri-lo. Devido ao exacerbado número de comerciais na mídia, esse evento propende a se repetir em curtos períodos. Com isso, a fácil manipulação diária desse público levará a problemas na vida adulta.    Tendo essa conjuntura em vista, as consequências claramente não serão superficiais. Isso porque as crianças poderão se tornar adultos sem senso crítico às propagandas e, por consequência,  consumistas.  Nesse sentido, verifica-se que o consumismo é o ato de comprar o não necessário, o que tende a ser uma compulsão. Com essa característica, os indivíduos poderão, por exemplo, entrar em crises financeiras mais comumente. Dessa forma, devido ao impacto causado pela persuasiva publicidade desde a mais tenra idade, fica clara a necessidade de atitudes serem tomadas no presente para evitar realidades negativas nos próximos anos.     Destarte, a acentuada publicidade infantil implica em problemas à considerável parcela da sociedade. Para resolver isso, cabe ao Poder Judiciário, em escala federal, criar uma lei regulamentadora do uso de marketing voltado ao público infantil. Essa regra deve limitar a quantidade de propagandas e de recursos persuasivos presentes em comerciais durante o dia, pois eles e seu excesso podem afetar a criticidade dos pequenos. Ademais, as escolas têm a tarefa de abrir debates sobre o consumismo, pontuando suas causas e negatividades - o que faria os alunos já terem uma noção de repulsa contra esse mal. Por fim, a família, através de ensinamentos sobre como decidir se algo é realmente necessário, deve desde a infância fomentar o senso crítico de sua prole. Somente dessa maneira, transvendo todo esse quadro como uma grande problemática, alcançar-se-á seu fim.