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Enviada em: 09/05/2018

"O principal remédio é o alimento" - esta máxima do pensamento chinês, nos leva a refletir sobre a importância que precisamos dar ao alimento que consumimos todos os dias, a fim de manter nossos corpos e mentes saudáveis. Porém, infelizmente, em uma sociedade tão apressada e capitalista como a nossa, a alimentação sofre de um duplo mal, pois, se por um lado se apresenta como péssimas escolhas do que colocaremos em nosso prato, por outro,  uma má qualidade dos próprios produtos oferecidos para venda é um fato incontestável, e que precisa ser urgentemente discutido.       Os alarmantes índices brasileiros de doenças cardiovasculares, obesidade infantil, diabetes tipo II, alergias e tantas outras disfunções da saúde, nos apresenta um claro quadro de que algo está muito errado. Os tipos de alimentos colocados à mesa, já desde nossa infância, estão seguindo a mesma lógica veloz de nossa sociedade contemporânea, fartando-se de alimentos congelados, enlatados, empacotados e que possuem para sua conservação uma infinidade de produtos quimicamente criados para tal fim, e que segue a lógica da facilidade e rapidez do preparo, em detrimento da qualidade nutricional, gerando, por isso, muitos males a nossa saúde.       No entanto, apesar da necessidade de variarmos nosso cardápio com produtos mais naturais, a perigosa indústria dos agrotóxicos e transgênicos traz desconfiança sobre a qualidade destes alimentos. Frutas, verduras e legumes podem ser, em muitos casos, vilões de nossa saúde, competindo, inclusive, com os produtos mais industrializados. Aqui vemos a imoral busca pelo lucro, aliada à baixa fiscalização do setor sanitário brasileiro, que contribuem para que as empresas exagerarem nas quantidades de aditivos nas plantações, transformando cada grama de alimento natural em uma pequena porção de veneno.       Fica claro, portanto, que medidas urgentes precisam ser tomadas para a melhoria desta condição. O setor público tem total responsabilidade nestas ações, podendo oferecer planos de intervenção na população em geral e nas empresas responsáveis. Em relação à população, o Ministério da Saúde pode promover campanhas de conscientização em redes de TV, escolas, redes sociais e Programas de Saúde da Família. E, no que tange ao Ministério da Agricultura, acentuar a fiscalização na produção, transporte e distribuição dos alimentos, além de investir na agricultura familiar e orgânica, concretizando, assim, a máxima chinesa de que o segredo de nossa saúde está nos alimentos e não nos remédios.