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Enviada em: 05/06/2017

Os avanços científico-tecnológicos vivenciados na sociedade ao longo do século XXI transformaram bastante a forma como o indivíduo se relaciona com o alimento que consome e como isto influi em seus hábitos, deixando-os mais saudáveis ou não. Os responsáveis pela produção, influenciados pela lei do mercado, impiedosa no sistema capitalista, perderam um pouco a preocupação com a qualidade do produto que é servido.          Na operação ''Carne Fraca'', foi descoberto um esquema que utilizava diversos artifícios para aumentar o ''rendimento'' de carnes bovinas e suínas, entre eles, a mistura de mais de 2000 kg de moela para misturar na linguiça por parte do frigorífico Peccin, que também comercializava carne estragada. O frigorífico JBS misturava papelão nas carnes bovinas para aumentar a rigidez e o rendimento.  Não só inexistia qualquer sanção por parte dos órgãos fiscalizatórios, como estes igualmente participavam do esquema, através do recebimento de propinas para fazer ''vista grossa''.           Uma questão a ser pensada é a impossibilidade econômica do brasileiro ao acesso a gêneros alimentícios isentos de manufatura industrial ou que passem por maior rigor e verificação nas etapas de sua produção. Produtos como os da empresa paulista Korin, cujos animais são criados ao ar livre e sem alimentação geneticamente modificada, são caros enquanto gêneros como alimentos processados no estilo ''Menu pronto'', cheios de conservantes, aromatizantes e edulcorantes estão com preços cada vez mais convidativos.           Analisando o tempo de propaganda de gêneros alimentícios na televisão brasileira, se pode perceber que há uma veiculação esmagadora de redes de fast-food, doces, chocolates e outros produtos com valor nutricional baixo em detrimento da indústria de leguminosas, que possuem alto valor em vitaminas, grãos, que ajudam a regular o sistema intestinal, carnes brancas, ricas em Ômega 3, dentre outros gêneros alimentícios com maior valor nutricional.              Faltam políticas nutricionais adequadas nas escolas.  A preocupação com o que se come deve vir desde as menores idades. Há a necessidade de reformulação daquilo que é oferecido na merenda escolar. A substituição de salgados fritos e refrigerantes por sanduíches naturais e sucos de frutas bem como a elaboração do almoço com frango, arroz, feijão e legumes para alunos que fazem estas refeições nas escolas da rede pública são medidas que podem ser tomadas pelas Secretarias Municipais e Estaduais de Educação com o objetivo de estimular desde cedo uma rotina alimentar saudável, diminuindo assim, problemas como obesidade, diabetes e hipertensão na população.