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Enviada em: 13/06/2017

O advento da segunda metade do século XXI trouxe consigo drásticas transições socioculturais, estreando novos comportamentos, a exemplo da alimentação. Este cenário, no Brasil, é somado a natureza agroexportadora do país, a qual revela a interdependência entre o consumo alimentar e o paradigma econômico. Assimilando tal realidade cabe examinar as vantagens e desvantagens dessa relação, imperando modificações para torná-la construtiva.  Em 1950 é lançada, nos EUA, a Revolução Verde, a qual com extenso dinamismo tecnológico remodelou a produção agrícola no campo. Analogamente as modificações vislumbradas no hemisfério norte, o Brasil introduziu tal modernização sustentada por saliente mecanização, transgenia e, principalmente, uso singular de agrotóxicos. Esse processo trouxe à mesa brasileira produtos, que além de serem fundamentados numa produção em série, possuem composição química potencialmente nociva, a saber dos agentes inseticidas, compondo decadente consumo alimentar por pressão externa.  O antropólogo Lévi-Strauss escreveu que a cozinha de uma sociedade traduz inconscientemente sua estrutura. Essa assertiva comprova-se, haja vista a consumação da comida industrializada e fast-foods após a instituição do sistema capitalista, que por sua lógica consumista, prega a submissão da qualidade de vida à busca pelo lucro. Ao encontro desse pensamento, o Brasil possui, de acordo com a Organização Mundial da Saúde, 54,1% da população em sobrepeso, caracterização decorrente de falho comportamento alimentar, que viabiliza doenças como diabetes e hipertensão.   Cabe ainda pontuar que, a dependência do PIB nacional pela vazão de insumos alimentares confere poderio a empresas de tal setor, o qual agregado a corrupção política reverbera fiscalização de alimentos negligente. Portanto, instaura-se grave problemática por dispor à população mantimentos de qualidade duvidosa.  Como conclusão da investigação abordada titula-se inviável o padrão alimentar brasileiro carecendo que ações sejam delineadas a fim de reestruturá-lo construtivamente. Favorável a esta meta o Estado deve instituir limite ao uso de agrotóxicos e fomentar, através de patrocínio financeiro, pesquisas para criar novos métodos de ampliação da produtividade agrícola, ambicionando com tais medidas dar a população produtos com baixa interferência química. É também afirmativo fiscalização atuante e rigorosa dos centros de produção de venda alimentar, com punição coercitiva àqueles que desrespeitem os códigos da vigilância sanitária. Ademais compete à sociedade, por intermédio da mídia e escola, propor novos e saudáveis hábitos alimentares, visando elevar a qualidade de vida dos brasileiros.