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Enviada em: 09/06/2017

As mudanças socioeconômicas vivenciadas no país, sobretudo nas últimas décadas, refletiram-se em uma nova realidade nutricional. No Brasil, os níveis de desnutrição se tornam irrisórios enquanto, a questão da obesidade conquista lugar de destaque. Nesse sentido, o brasileiro apesar de está ganhando peso, está perdendo saúde. Tal cenário recai sobre a rotina acelerada da sociedade, a maneira como o Estado forma seus cidadãos e o modo de produção atual.   É preciso considerar, primeiramente, o cotidiano, cada vez mais, dinâmico da sociedade contemporânea. Em uma época em que os ponteiros do relógio parecem estar acelerando, o tempo que cada indivíduo dedica a sua alimentação, não raro, está muito aquém do necessário. Dessa maneira, os alimentos embutidos e congelados surgem de forma a suprir tal falta de tempo. Todavia, a opção regular por esses é equivocada e pouco racional na medida em que, provocam efeitos perversos à saúde, como o aumento do colesterol LDL que quando em excesso se deposita na parede dos vasos sanguíneos provocando doenças cardiovasculares.     Outro aspecto da realidade alimentar do brasileiro tange ao modo como os cidadãos são educados. Em país no qual, tal assunto não é debatido nas salas de aula, ou quando o é a abordagem se limita a explicação necessária para se marcar um “x” em uma avaliação, é desfeita a relação de causa e conseqüência entre uma alimentação precária e seus efeitos fisiológicos a longo prazo. Observar tal cenário é se deparar com a urgência de ações necessárias.     No entanto, por trás dessa lógica existe algo pior: quando a questão do lucro se sobrepõe a saúde coletiva. Desde 1991, com o fim da guerra fria, o modo de produção capitalista se consolidou em quase todo o mundo. Nesse sentido, as industrias alimentícias ávidas pela reprodução de capital se utilizam do marketing para comercializar seus produtos a partir da lógica da estilo de vida saudável, quando na realidade seus alimentos também contribuem para a degradação da saúde humana.     Torna-se evidente, portanto, que a questão em voga urge a necessidade de medidas concretas, e não um belo discurso. Desse modo, o Ministério da Educação pode reformular o conteúdo programático dos ensinos fundamental e médio, a fim de abordar q educação alimentar de maneira mais contundente nas escolas. Além disso, o Ministério da Saúde pode criar uma legislação que limite o uso de determinados produtos em excesso, como o sódio ou a gordura trans, nos alimentos industrializados, enquanto a Agência Nacional de Vigilância Sanitária garante o cumprimento de tais medidas. Talvez assim, no futuros, essa realidade não seja mais um problema.