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Enviada em: 11/06/2017

Segundo dados da Abrasco (2012), o brasileiro consome em média 5,2 litros de agrotóxicos por ano e em 2008 o país assumiu o posto de maior mercado mundial desse item. Esse fato revela que nossa alimentação está ameaçada pela inserção de produtos ricos em insumos agrícolas e até substâncias tóxicas que trazem prejuízos à saúde.       Em primeiro plano, é preciso analisar o avanço no uso de aditivos na agropecuária, o que vem somado, muitas vezes, da lógica capitalista de lucro. Nesse sentido, pode-se apontar a recente operação Carne Fraca, a qual investigou mais de quarenta indústrias do setor alimentício e constatou a comercialização de produtos sem a devida fiscalização, como papelão adicionado à carne, bem como substâncias cancerígenas - ácido ascórbico e ácido sórbico quando acumulados no corpo humano desencadeiam a reprodução de células cancerígenas. Esse cenário retrata a pouca preocupação com a saúde e bem-estar do brasileiro e a grande tendência de lucratividade a todo custo por algumas empresas. Consequentemente, a população vê-se enganada com o que consome e sente os efeitos em longo prazo.       De acordo com Bauman, sociólogo polonês, a atual era inaugura uma “modernidade líquida” cuja rapidez e instantaneidade interferem na alimentação que se tem. Logo, os artigos precisam chegar rapidamente aos mercados e para isso faz-se o uso de insumos, os quais potencializam a produção. Entretanto, os impactos causados são maléficos ao organismo humano, causando doenças, como diabetes tipo 2, obesidade, aterosclerose e outras que chegar a levar à morte. Essas, sem dúvidas, poderiam ser evitadas com uma alimentação mais saudável, balanceada e extremamente segura.       Fica claro, portanto, que o comportamento alimentar brasileiro necessita ser mudado. Assim, é imprescindível o papel da fiscalização da Polícia Federal e da Vigilância Sanitária para garantir a qualidade dos alimentos. Ademais, o consumidor deve procurar saber a procedência do produto comprado, buscando informações no próprio estabelecimento ou com o fabricante e, no caso de suspeitas (alimento estragado) acionar a defesa do consumidor. Dessa forma, os efeitos prejudiciais à saúde serão minimizados e os hábitos alimentares regulamentados.