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Enviada em: 11/06/2017

A comida sempre teve um papel importante nas sociedades. Além de ser uma atividade fundamental, o ato de comer em grupo, por exemplo, é um dos que define o homem como um ser cultural e participativo em um contexto social. Os alimentos que escolhemos e a forma como consumimos também nos dizem muito sobre identidades, costumes e características sociais e culturais de um grupo. Não à toa, alguns momentos importantes da história da civilização ocidental estão relacionados à alimentação — como as grandes navegações –, que aparece também em muitas histórias religiosas, como a multiplicação dos pães e a ceia no cristianismo.        Mas qual é a nossa relação com a comida hoje? Da pré-história à sociedade pós-moderna, o ato de comer passou por significativas mudanças. A chegada de novas tecnologias para facilitar a fabricação, a produção, o transporte e a conservação de alimentos provocou uma revolução na alimentação, principalmente nos hábitos familiares, como as refeições partilhadas. Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde de 2013, do IBGE, o brasileiro come pouca quantidade de hortaliças e frutas, ingere mais alimentos gordurosos do que o recomendado, troca cada vez mais refeições completas por lanches rápidos e é sedentário.        A pesquisa apontou ainda que pessoas de baixa renda compram alimentos pouco saudáveis, ou seja, além de fatores como saúde, religião, meio ambiente, a questão social ainda é um limitador do consumo de alimentos, principalmente daqueles considerados mais nutritivos, que costumam ser mais caros.        Usar recursos naturais de forma eficiente, aumentar a produção para nutrição humana (isso porque parte da produção vira ração para animais, é usada nos biocombustíveis e pela indústria), consumir de forma responsável e valorizar o alimento estão entre os passos necessários para garantir que ao longo dos próximos anos, a comida chegue a um número maior de pessoas, em vez de terminar desperdiçada na lata de lixo. lixoexemplo. Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde de 2013, do IBGE, o brasileiro come pouca quantidade de hortaliças e frutas, ingere mais alimentos gordurosos do que o recomendado, troca cada vez mais refeições completas por lanches rápidos e é sedentário. A pesquisa apontou ainda que pessoas de baixa renda compram alimentos pouco saudáveis, ou seja, além de fatores como saúde, religião, meio ambiente, a questão social ainda é um limitador do consumo de alimentos, principalmente daqueles considerados mais nutritivos, que costumam ser mais caros. Esse estilo de vida, que não é característico apenas do brasileiro e pode ser observado em boa parte do mundo, fez com que o número de problemas de saúde decorrentes da má alimentação ou do consumo em excesso de produtos industrializados aumentasse, tal como a obesidade e problemas cardíacos. Mesmo nesse cenário houve um aumento considerável de consumidores que valorizam a comida natural, orgânica, segundo um relatório recente da empresa de pesquisas Nielsen. A pesquisa aponta um aumento de 5% nas vendas de itens considerados saudáveis, como frutas, verduras, chás, iogurtes, água, entre os anos de 2012 e 2014. Considerando apenas a América Latina, esse número chega a 16%. De olho neste mercado, muitas empresas já prometeram retirar corantes e aromatizantes artificiais de diversos produtos, buscando atender as demandas do consumidor. Mas trata-se de um movimento que ainda precisa ganhar força para atingir uma maior parcela de consumidores, que possa ser beneficiada e ter acesso a tais alimentos. Dentro desse contexto, a preocupação com a procedência da comida passou a fazer parte da rotina desses consumidores que, além de produtos naturais, buscam comprar marcas e fabricantes que não agridem o meio ambiente nem os animais (como as granjas, onde a forma como as galinhas são criadas varia) para a produção de alimentos. A onda mais recente do mercado de alimentação é a onda de “gourmetização” da comida, onde se vende a ideia de que você estará consumindo um alimento com algum toque mais refinado. Da coxinha, o pastel, o sanduíche ao feijão com arroz, tudo pode ser “gourmet”. Esse refinamento, no entanto, nem sempre recupera o lado mais humano das refeições. Muitas vezes, a sofisticação acaba apenas reproduzindo essa dinâmica consumista num tom elitista, que mais uma vez direciona um determinado produto a um tipo de classe social ou perfil. Entre todas essas questões, a que parece precisar de uma resposta mais urgente sobre alimentação é: com a previsão de que em 2020 a população mundial seja de 9 bilhões de pessoas, teremos comida para todo mundo? As opções não podem ficar reduzidas apenas à produção industrial ou orgânica e local, embora elas certamente venham a oferecer novas soluções. O alto consumo de animais vai tornar o meio tradicional escasso, assim como os efeitos ambientais da agricultura podem custar muito caro à humanidade, seja pela sua relação como aquecimento global ou perda da biodiversidade. Usar recursos naturais de forma eficiente, aumentar a produção para nutrição humana (isso porque parte da produção vira ração para animais, é usada nos biocombustíveis e pela indústria), consumir de forma responsável e valorizar o alimento estão entre os passos necessários para garantir que ao longo dos próximos anos, a comida chegue a um número maior de pessoas, em vez de terminar desperdiçada na lata de lixo.