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Enviada em: 12/06/2017

O comportamento alimentar do brasileiro na contemporaneidade demonstra que o ensinamento "mente sã, corpo são" dos gregos antigos não está distante somente em relação ao tempo, mas também nas condutas diárias de toda a sociedade do País. A qualidade da alimentação vem diminuindo significativamente e fatores como problemas psicossociais e a fiscalização da indústria alimentícia são fundamentais para reverter o quadro atual.    É evidente que o modo de pensar da maior parte dos indivíduos é uma das causas para a má alimentação. De acordo com Zygmunt Bauman, vive-se em uma modernidade líquida, na qual ocorrem dinâmicas de uma sociedade de consumo opressora que preza pelo imediato. Assim, pode ser observado como consequência o crescimento de pessoas com ansiedade e depressão que proporcionam à comida, por muitas vezes, ricas em lipídeos e calorias, o papel de compensação emocional. Desse modo, há a potencialização do comprometimento do sistema cardiovascular e  também o desenvolvimento de outros transtornos, como a bulimia.    Outrossim, destaca-se a atuação estatal sobre a fiscalização das empresas de gêneros alimentícios como impulsionadora dos produtos ofertados de baixa qualidade. Segundo Thomas Hobbes, o poder público deve atuar para garantir a segurança do povo. Entretanto, as verificações nem sempre são periódicas e muitas punições legais são frágeis, o que impulsionado pelo desejo de aumento da lucratividade, faz com que muitas produtoras burlem diversos requisitos e leis. Quantidade abusiva de agrotóxicos, rótulos incompletos ou vagos em suas informações nutricionais ilustram um contexto nacional de desrespeito frequente aos cidadãos.    Entende-se, portanto, que tanto os cidadãos quanto o governo deve agir para melhorar os hábitos alimentares do brasileiro. Para que isso ocorra, é essencial que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária fiscalize, com maior periodicidade, indústrias quanto à composição dos gêneros alimentícios e comércio em geral no que se refere a acomodação e modo de servir. Outro ponto importante consistiria em uma maior oferta pelas prefeituras de clínicas públicas especializadas em tratamento de patologias psicossociais, com acompanhamento clínico posterior.