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Enviada em: 19/06/2017

Embora a adoção de um estilo de vida saudável, baseado no consumo de frutas, legumes e verduras seja comprovadamente o melhor custo-benefício para a sociedade, uma pesquisa feita pelo IBGE revela dados preocupantes: o brasileiro consome cada vez menos nutrientes e mais gorduras. Com isso, não só os adultos estão mais vulneráveis a doenças relacionadas à dieta, mas também adolescentes e crianças, que estão consolidando seus hábitos alimentares. Nesse sentido, a investigação das causas e divulgação dos males desse paradigma moderno se mostra urgente.  A priori, a mudança nos hábitos alimentares brasileiros tem cunho cultural, político e geográfico. Segundo Márcio Mancini, médico endocrinologista do Hospital das Clínicas (SP), houve uma "americanização" dos costumes, fenômeno que afeta principalmente a culinária do país. Nesse contexto, estabeleceu-se uma profusão de redes multinacionais de comida fast-food, juntamente de uma propaganda apelativa que sensibiliza principalmente adolescentes e crianças. Em virtude disso, a prática da alimentação saudável e diversificada torna-se mais rara, de tal forma que a obesidade e problemas decorrentes dessa são mais frequentes e prematuros.   Além de alimentos de baixo valor nutricional, a população ainda tem que lidar com grandes indústrias mau intencionadas. Prova disso é a operação Carne Fraca realizada pela Polícia Federal, envolvendo esquemas de venda de carnes sem inspeção, e com adição e substâncias nocivas à saúde. Soma-se a isso a liberação de cultiváveis com quantidades insalubres de agrotóxicos para o mercado, que podem acumular-se no organismo humano causando alergias e, em casos extremos, até cânceres. Dessa forma, é evidente que o setor agroindustrial precisa de fiscalização minuciosa pelo governo, com o objetivo de proteger a alimentação do brasileiro.   Logo, é necessária a ação da família, mediante adoção de uma dieta alimentar com nutrientes diversos e restrição de gorduras saturadas. Outrossim, a escola deve incentivar o consumo saudável, por meio da ampliação de ofertas de frutas e sucos naturais na hora do lanche, além de acompanhamento nutricional principalmente para crianças. Por outro lado, o Estado deve intensificar a inspeção em instalações que ofereçam vegetais ou carnes, mediante operações da polícia em parceria com a Anvisa, para prevenir episódios como o que resultou na operação Carne Fraca. A mídia deve, também, colaborar com o Estado por meio de propagandas nas redes televisivas e sociais, divulgando o número da Anvisa para consumidores duvidosos da procedência do alimento adquirido, assim como a distribuição de cartilhas com instruções para melhor escolher e limpar vegetais, frutas, legumes e carnes. Assim, é possível traçar um caminho rumo ao aproveitamento máximo de nutrientes.