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Enviada em: 23/07/2017

No cenário da dominação global da indústria alimentícia, alimentos de baixa qualidade nutricional são largamente consumidos, em detrimento de outros que historicamente sanaram a fome da população. Nesse sentido, não é de se espantar que o comportamento alimentar do brasileiro tenha piorando nas últimas décadas. Cabe-nos analisar a motivação dessa problemática, ressaltando, sobretudo, suas consequências.    É elementar ser levado em consideração o papel da lógica de mercado. Objetivando o lucro, o mercado dispõe de diversas ferramentas para persuadir a sociedade no sentido de comprar seus produtos. Uma delas é a propaganda que, ao exibir a – idealizada – felicidade das pessoas ingerindo comidas industrializadas, criam no brasileiro a necessidade de consumo como meio de ser feliz. Assim, despreocupado com a saúde do consumidor nacional, o capitalismo cria hábitos perniciosos.   Em decorrência disso, nota-se um aumento de doenças crônicas. Segundo dados do Ministério da Saúde, as mortes ocasionadas por problemas relacionados a obesidade triplicaram nos últimos 10 anos. Isso demonstra que além da necessidade, há também um exagero, dado o fato de que esses alimentos também são capazes de viciar, o que atesta o resultado de um estudo conduzido pela Dra. Nicole Avena: “O açúcar é oito vezes mais viciante que a cocaína”. Dessa forma, as dependências da sociedade de consumo podem ser capazes de abreviar a expectativa de vida brasileira.   Fica evidente, portanto, que o mau comportamento alimentar do brasileiro é motivado pela moléstia do capital tendo como consequência a diminuição da sua qualidade e expectativa de vida. É imprescindível que o Ministério da Saúde dê incentivos fiscais à indústrias que se proponham a fazer alimentos mais saudáveis. Deve, inclusive, em conjunto com a mídia, criar campanhas publicitárias que dêem a real dimensão do problema da má alimentação, apresentando alternativas saudáveis. Para que o brasileiro tenha o juízo crítico necessário para desenvolver melhores hábitos.