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Enviada em: 10/09/2017

`Você é o que você come`, essa expressão revela que a alimentação influencia diretamente na saúde no no bem estar do indivíduo. Dessa forma, é importante adquirir bons hábitos desde a infância, pois são eles que irão definir a qualidade de vida nos anos futuros. Nesse sentido, levando em consideração que a economia de mercado é motivada pela sociedade de consumo, é perceptível que o comportamento alimentar não está relacionado somente a uma questão de escolha.      A urbanização atua como fator determinante na modificação dos hábitos alimentares. Nesse sentido, com a Revolução Industrial, o que antes era produzido artesanalmente, passou a ser fabricado em larga escala, a fim de atender a população urbana em ascensão. Atualmente, o Brasil que concentra mais de 80% dos habitantes na região urbana, segundo dados do IBGE de 2010, tem adotado cada vez mais uma alimentação padronizada e homogênea. Isso porque, diante da facilidade e praticidade oferecida pelos alimentos semiprontos e processados, é possível delinear a transição nutricional dos brasileiros. Nesse viés, nota-se que mesmo em regiões com populações situadas em locais isolados, como na Amazônia, ou até mesmo populações indígenas, a alimentação que antes era composta principalmente por produtos locais, como peixes e frutas, passou a integrar alimentos industrializados.      Ademais, a indústria de alimentos tem o lucro e não a saúde das pessoas como prioridade. Isso se deve, pela crescente oferta de produtos com excesso de açúcar, gordura e sódio, responsáveis por inúmeras doenças, incluindo obesidade e hipertensão. Além disso, se utilizam da publicidade, principalmente quando o público alvo são as crianças. Dessa forma, os atrativos vão desde embalagens personalizadas com rótulos de desenhos animados a brindes, incentivando compras repetidas. Nesse contexto, as mensagens passadas embutem valores de consumismo e não a qualidade nutricional dos alimentos, fazendo valer a adaptação da frase para ´você é o que você consome`.       Portanto, percebe-se que os hábitos alimentares são moldados, em grande parte, por fatores econômicos. Nesse sentido, o Ministério da Saúde deve assumir a liderança na regulação da publicidade de alimentos, determinando que tanto os comerciais, quanto as embalagens de produtos com alto teor de gordura, açúcar e sódio sejam acompanhas de alertas para possíveis riscos à saúde no caso de consumo excessivo. Além disso, as instituições escolares em parceria com a secretaria municipal de Saúde devem intensificar as aulas sobre educação nutricional desde a educação infantil, por meio de aulas sobre composição dos alimentos, atividades de montagem de pratos e receitas saudáveis junto às crianças, interligando essas atividades, por exemplo, às matérias de ciências e matemática. Assim, será possível resgatar e consolidar práticas alimentares mais saudáveis.