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Enviada em: 19/09/2017

Nação Fast Food   Como medida paliativa aos cruéis governos deitados em berço absolutista, Jean J. Rousseau elaborou suas ideias de Contrato Social a fim de que vigorasse bem-estar ao povo. Diante de provectos programas sociais e econômicos executados pelo Governo, o Brasil, inspirado pela ideia de garantia dos direitos democráticos e justiça social deste, veio a perceber, posteriormente, a queda de seus índices de miséria. Entretanto, a despeito disto e sob ângulo do padrão de vida hodierno, faz-se necessário entender o fenômeno de revés irônico que mudara drasticamente o comportamento alimentar brasileiro.    Desde o expressivo incentivo tecnológico no campo, quer seja por meio de máquinas modernas quer por novas técnicas de plantio, o progressivo aumento na quantidade de alimentos aqui produzidos elevara o Brasil ao patamar de potência comercial mundial. Atrelado a tal proposição, o acesso a produtos industrializados, mais baratos e até então ausentes no prato brasileiro teve grande impacto no paladar da população. Diante de tanta variedade e praticidade, foram acrescidos na dieta nacional produtos processados e congelados, como massas e doces já prontos.    Em contra partida, associada a tal declaração e somando-se a falta de exercícios físicos, a obesidade, que atinge um a cada cinco brasileiros, segundo a BBC Brasil, está na lista de consequências decorrentes da ingestão excessiva de produtos saturados de gorduras, açucares e sódio. Por conseguinte, posto que o corpo seja uma máquina dependente de cada peça, um efeito dominó é gerado sobre ele, acarretando sérios imbróglios, como pressão alta. A comodidade dos famigerados “fast foods”, acrescida de uma vida às pressas e o conforto que a tecnologia garante, a exemplos dos carros, causou um efeito balão no país recém-liberto da miséria.    Por conseguinte, consoante afirmação de Rousseau sobre ser a sociedade a responsável por depravar o homem, depreende-se em tal conjectura a aculturação de comida rápida, gorda e de baixo teor nutricional, tornando-nos cada vez mais sedentários e frágeis em relação ao corpo. Faz-se, assim, ser da alçada do Governo Federal o combate ao supracitado por meio da facilitação ao acesso a produtos orgânicos. Ao diminuir impostos cobrados, especialmente de pequenos produtores, e oferecer cursos técnicos na área, viabilizar-se-ia um embaratecimento de alimentos mais saudáveis, permitindo, dessa forma, que até mesmo a camada mais pobre da população pudesse adquiri-los. Logo, poder-se-ia ter à mesa uma vasta variedade de frutas e legumes, sem que fosse necessário trocá-los por algo mais barato e que durasse mais.