O modo no qual os seres humanos se alimentam é dinâmico e depende, entre outras coisas, do contexto sócio cultural. Os Homo astroloptecus, por exemplo, se alimentava de forma totalmente diferente da qual, hoje, os Homo sapiens comem. Desse modo, é crucial ponderar sobre as causas, bem como as consequências dos hábitos alimentares dos brasileiros na modernidade. Para que assim, seja possível propor intervenções eficazes, a fim de corrigir eventuais desequilíbrios nessa relação " homem-comida". A facilidade para se obter comida ultra-processada e de alto teor calórico, é, sem dúvidas, fator modelador do perfil alimentar na modernidade. E esse padrão de consumo culmina em danos à saúde. Atesta para isso o fato de que mais de 50% da população brasileira está sobrepesa, segundo dados divulgados pelo Ministério da saúde em 2017. Condição esta que corrobora para o desenvolvimento de doenças como diabetes Melito. Em decorrência, pois, desse modo desajustado de se alimentar sobreviverão, além de doenças como diabetes e hipertensão, outras, de cunho psicológico, como anorexia. Estas, por sua vez, decorrem da culpa que as pessoas sentem por comerem errado, somado a pressão social por corpos perfeitos. O sociólogo Bauman já alertava em seus livros sobre isso, dizendo que a sociedade quer uma performance corporal impossível, daí a frustação. Depreende-se, portanto, que o comportamento alimentar brasileiro não é saudável, em sua maioria. Donde advém a necessidade de intervenções. Para isso, primordialmente, a OMS deve promover campanhas midiáticas de extensão ampla, via veículos de comunicação, como TV e internet, que ensine, didaticamente, a forma adequada de se alimentar. Somada a isso, aulas com nutricionistas também devem ser inseridas nas escolas afim de promover educação alimentar. Ainda, o Estado precisa normatizar sobre a comercialização de comidas ultraprocessadas em colégios, coibindo seu consumo por crianças. Só assim, conjuntamente, será possível desenvolver uma sociedade saudável.