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Enviada em: 02/10/2017

País de solo rico, mentalidade podre       Na obra “O Postal”, de Tarsila do Amaral, a artista simboliza a diversidade natural do Brasil, com a representação de diversas formas arbóreas. Essa heterogeneidade é uma constante no território brasileiro. Não só vista na rica flora, mas também em aspectos naturais, como os solos e os relevos. Em um país, com tanta riqueza nativa, onde, naturalmente, deveria ser produzido uma agricultura de nível, acaba por ter problemas de qualidade nos alimentos. Tal problemática deve-se não à aspectos naturais, visto a riqueza destes, mas sim ao caráter social do Brasil, no qual a corrupção têm um papel fundamental. Com isso, a alimentação da maioria dos brasileiros sofre efeitos danosos, visto a ganância de poucos.        Em um país corrupto como o Brasil, a qualidade dos alimentos não será uma prioridade. Tal fato deve-se à preocupação do capitalista, sempre em produzir o maior lucro possível. Embora, a agricultura seja necessária a toda a população, o empresário não encontra motivação social, sendo seu foco, o de acúmulo de riquezas em suas mãos. Como exposto pela filósofa Hannah Arendt - no conceito da banalização do mal -, a sociedade massificada não é capaz de fazer julgamentos morais, razões pelas quais aceitam o absurdo. No caso brasileiro, a dialética entre a riqueza natural, como os solos férteis e diversas variações animais, e, ao mesmo tempo, uma qualidade baixa nos alimentos.        As carnes e os alimentos, por consequência, acabam apresentando características repudiadas. Como exposto, por exemplo, na Operação Carne Fraca, da Polícia Federal, em 2017, diversos frigoríficos utilizavam-se da implementação de materiais - muitas vezes, cancerígenos -, como o ácido ascórbico, a fim de aumentar a produção bovina e, com isso, lucrarem mais. Tal ganância escancara a natureza brasileira, corrupta até onde não haveria ética possível para defender. E, com isso, reiterando a banalização do mal de Hannah Arendt, onde essas ações não são vistas como absurdas, mas sim como banais.        O Brasil, como pintado por Tarsila do Amaral, é o país da natureza e da agricultura. Esta afirmação, contudo, não representa a realidade brasileira, visto a ganância de alguns dos produtores. Sendo necessária até uma grande operação da Polícia Federal para encerrar a situação. Com isso, torna-se necessário uma campanha de conscientização, por exemplo, “Da Carne Fraca a Carne Franca”, na qual os fabricantes serão obrigados à demonstrar os reais processos de seus alimentos em suas etiquetas. Tal ação deve ser promovida pelo Estado, fiscalizando a veracidade dos fatos e inspecionando os alimentos. Com isso, espera-se uma melhora na qualidade e fiscalização dos produtos.