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Enviada em: 31/10/2017

No poema "O açúcar", do poeta modernista Ferreira Gullar, tem-se uma reflexão sobre a indiferença de alguns consumidores em relação ao pro-cesso fabril dos bens de consumo. Contudo, no contexto não-literário, a displicência de alguns brasileiros ao comportamento alimentício, seja pelo desperdício, seja pela apatia na aquisição de produtos de qualidade, requer atenção. Logo, impõem-se, assim, meios plausíveis à reeducação nutritiva.    Segundo a teoria malthusiana, a população cresce em projeção aritmética, e, os alimentos, em caráter geométrico. Todavia,  a ausência no equilíbrio desses fatores pode ser justificada pelo desperdício de comida no país, cerca de 40 mil toneladas por dia, conforme análise de um reconhe-cido órgão internacional de pesquisa, o que invalida a tese de Malthus. Dessa forma, hábitos nacionais como o consumismo e o estoque de mantimentos sem o acondicionamento correto, além da relutância no rea-proveitamento corroboram, por sua vez,na perda nutricional para os lixões.       Outrossim, a relevância na qualificação de produtos alimentares seguros à ingestão é algo irrefutável à saúde humana. Entretanto, a quantidade acentuada de agrotóxicos nas plantações é alarmante, uma vez que o Brasil é o maior produtor destes no mundo, de acordo com a Anvisa. Entre uma das razões a isso, esta o cultivo exponencial de sementes trans-gênicas, que induzem a um maior índice de defensivos agrícolas, devido à resistência as pragas, e aflige os consumidores pela exposição imposta.      Diante desse cenário, para adequar os mantimentos aos critérios propícios à alimentação, é imprescindível o trabalho mútuo, por parcerias público-privadas, entre Ministério da Agricultura e Centrais de Abasteci-mento (Ceasa), a fim de investir no melhor acondicionamento e logística da hortifruticultura e, com isso, evitar o desperdício. Ademais, às escolas, a realização periódica de workshops e palestras sobre o consumo consciente e o incentivo ao plantio de hortas orgânicas, torna-se crucial. Por fim, cursos gratuitos de capacitação, pela Embrapa, sob o ideal manejo da terra e melhor logística, aos agricultores, são vieses a "um novo conto" nacional.