Enviada em: 29/04/2018

Iniciada na segunda metade do século XVIII,a Revolução Industrial estendeu-se até o século XX, aprimorando o sistema de produção e ofertando cada vez mais produtos. Esse processo, somado ao crescimento dos meios de comunicação, tornou-se uma excelente oportunidade para as indústrias alimentícias inserirem a lógica de consumo capitalista sobre as pessoas, estimulando-as a ingerirem cada vez mais alimentos industrializados com o uso de publicidades, mesmo que isso comprometa a saúde das pessoas. Nesse contexto, faz-se necessário discutir como ocorre esse processo assim como os efeitos desencadeados por essa má alimentação.      Inicialmente, é preciso se atentar para o fato de que as empresas produtoras de alimentos realizam propagandas nas mais diversas mídias enaltecendo o ótimo sabor de seus produtos, entretanto, elas omitem, muitas vezes, as informações nutricionais dos mesmos. Tal metodologia, no pensamento do filósofo Karl Marx, descreve um tipo de ideologia, na qual a classe dominante manipula os consumidores e mascara os malefícios do consumo desses produtos. Outrossim, podemos relacionar o raciocínio do sociólogo Zygmunt Bauman nesse mesmo contexto, pois verifica-se que o corpo social associa felicidade à satisfação das necessidades capitalistas - o consumo exagerado de alimentos industrializados.      Outro ponto relevante, nessa discussão, diz respeito ao conteúdo omitido pelas empresas nas publicidades: a informação nutricional. Muitos dos alimentos industrializados, a exemplo de biscoitos recheados e achocolatados, apresentam alto teor de glicídios e gorduras, e quando ingeridos de forma exacerbada, podem causar muitas mazelas. Entre elas, a obesidade pode ser observada facilmente. Segundo dados do IBGE, a população absoluta de adolescentes com excesso de peso cresceu mais de 10% nos últimos 20 anos, período que coincide com a intensificação da difusão dos meios de comunicação e industrialização no Brasil. Além disso, a adiposidade pode desencadear outros problemas de saúde, como a formação de placas de ateroma e diabetes.      Tendo em vista a complexidade que envolve a má alimentação dos brasileiros, infere-se a urgência por parte do Ministério da Comunicação em exigir que todas as empresas alimentícias, ao divulgarem suas marcas, reservem um espaço considerável para apresentar os riscos que o consumo exagerado de tal produto proporciona à saúde. Ademais, é essencial que o governo estimule o consumo de alimentos saudáveis, como frutas e hortaliças, medida que pode ser feita diminuindo os impostos sobre essas categorias, tornando-as mais acessíveis à população. Espera-se, com a aplicação dessas ações, alterar o comportamento alimentar do brasileiro, atenuando os riscos provocados pela má alimentação.