Enviada em: 20/02/2018

Discípulos de Virgílio A famosa expressão "tempus fugit" (o tempo foge) do poeta romano Virgílio retrata bem a mentalidade do homem moderno que vive apressado, inclusive na hora de comer. A pressa, por sua vez, tem se mostrado não apenas inimiga da perfeição, mas também algoz da saúde. Isso acontece por que a indústria alimentícia atende a essa demanda por velocidade produzindo alimentos muito danosos ao homem. Vivemos na era da informação e, assim, a maioria das pessoas têm boa noção do que é uma dieta saudável. Entretanto, uma quantidade alarmante de brasileiros mantém hábitos alimentares perniciosos. A razão disso é que, em suas escalas de valores, essas pessoas têm a saúde em mais baixa conta que a competição por reconhecimento social e dinheiro. Assim, optam por "ganhar tempo" comendo o que fica pronto mais rápido, o que geralmente é algo prejudicial à saúde. Desse modo, a informação sobre a dieta adequada não é convertida em hábito. Nesse sentido, a indústria alimentícia prontamente se dispõe a atender a essa demanda por celeridade. Essa conjuntura social que pressupõe pressa é vigente desde a revolução industrial. Portanto, há muito tempo a indústria de alimentos vem elaborando produtos que podem ser consumidos cada vez mais rápido, usando aditivos químicos muito prejudiciais. Assim, perpetua-se a alimentação inadequada e seus efeitos. Torna-se claro, portanto, que a pressa do homem moderno, associada à leitura que a indústria fez dessa característica, fez surgir hábitos alimentares inadequados. Logo, é necessário que o governo, seguindo o exemplo de países como a Alemanha, diminua a carga horária de trabalho para que os cidadãos tenham mais tempo para fazerem sua própria comida e se exercitarem. Ademais, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) deve impor sanções mais rigorosas a empresas que infringirem suas regras e criar um núcleo de pesquisa que a atualize sobre as novas substâncias nocivas criadas na indústria para prontamente coibi-las.