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Enviada em: 29/07/2019

Como citado por José Saramago, em A história do cerco de Lisboa: " A Causa da imperfeição dos sentidos, da influência do hábito de julgarmos tudo segundo ideias adquiridas, da nossa curiosidade apesar dos limites impostos, vem da fonte dos erros." Nesta, está o Estado como fonte, que ao invés de contribuir como mecanismo de estímulo a hábitos saudáveis de seus cidadãos, promove em grande parte dos casos, o favorecimento da indústria de consumo, sem antes fiscalizar a condição dos alimentos. Por conseguinte, o cidadão passa a consumir quantidade, ao invés de qualidade como exemplifica os ultraprocessados, alimentos de longa duração, porém com alterações desfavoráveis na composição nutricional.    Como explicitado, o Estado como fonte, deve exercer o papel de promoção à saúde e o bem estar dos indivíduos. Contudo, os novos hábitos inseridos na sociedade brasileira, não derivam de benefícios, com o impacto dos ultraprocessados, que apesar de trazer inovações quanto a durabilidade, apresentam um perfil nutricional danoso à saúde.   Embora o governo trabalhe à favor do consumo de qualidade, o Brasil enfrenta desafios na promoção dessa complacência. Segundo o jornal Folha de São Paulo, estudos ligam o consumo de alimentos ultraprocessados à alta de obesidade, associados a maior disponibilidade desses alimentos, que passou de 20,3% para 32,1% em 2015. Dessa forma, os danos causados a saúde dos brasileiros a partir desses alimentos, são irrefutáveis.    De acordo com a revista Superinteressante, a psicologia e o marketing já concluíram que o ato da compra, tem enormes fatores irracionais o impulso, desejo e hábito, tudo se mistura com o custo benefício. Assim, tudo é resultado de o consumidor não ter informações claras acerca do produto, a falta de legibilidade, recomendações para o consumo e um design problemático da tabela nutricional.     Portanto, a questão do impacto dos ultraprocessados no padrão alimentar brasileiro, deve ser enfatizada. De início cabe ao Ministério da saúde, investir em campanhas de mudanças quanto a divulgação dos alimentos, com selos de advertência na frente das embalagens de alimentos ultraproscessados, design nutricional com maior legibilidade e recomendações para consumo moderado desses alimentos, além de ações de educação alimentar e nutricional no SUS que ajudem na conscientização da população acerca do consumo alimentar.