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Enviada em: 24/08/2019

De acordo com o artigo 6 da Constituição Federal de 1988, todo cidadão tem direito à saúde e ao bem estar, que devem ser ofertados pelo Estado. Entretanto, esse idealismo constitucional não se aplica na realidade, uma vez que o consumo de alimentos industrializados e ultraprocessados, por exemplo, cresce exponencialmente no país, comprometendo a saúde de toda a população. Diante disso, avaliar as causas e consequências dessa mazela é fundamental para mitigá-la.     É preciso analisar, antes de tudo, o que são, e como ocorreu a expansão do consumo de ultraprocessados. Tais alimentos são produtos nos quais adicionam-se muitos conservantes, como sais, açucares e gorduras, que apesar de aumentar a validade dos mesmos, reduz a sua qualidade nutricional. Por serem comidas de fácil preparo, e aparentemente saborosos, os ultraprocessados se encaixaram bem no mundo fluido atual. Segundo o sociólogo Zygmund Bauman, vive-se em uma modernidade líquida, na qual impera o imediatismo, nesse sentido, "perder tempo" preparando alimentos não está nos planos dos indivíduos, que preferem se alimentar em redes "fast-foods" , por exemplo.       Em consequência disso, a qualidade da saúde populacional tende a cair drasticamente. Isso porque, o consumo excessivo de alimentos ultraprocessados, somado a falta de exercícios físicos pode resultar em doenças crônicas como a obesidade, hipertensão arterial, diabetes, colesterol alto, entre outros. Prova disso, são dados do Ministério da Saúde nos quais afirma-se que a população de obesos cresceu 60% de 2006 a 2016, assim como as doenças crônicas associadas ao sobrepeso. Tais dados evidenciam o quão refém de alimentos industrializados a população brasileira se tornou ao longo dos anos, destacando a situação alarmante em que o país se encontra.       Fica claro, portanto, a urgência em resolver a problemática. Para isso é preciso que o Governo Federal, em parceria com a Mídia, informe a população, por meio de comerciais e ficções engajadas, sobre como são feitos os produtos ultraprocessados, e incite-a  a preparar seus próprios alimentos, ainda que demore mais tempo, será mais vantajoso a longo prazo. Ademais, o Ministério da Saúde em parceria com Escolas, por meio de palestras com nutricionistas, deve explicitar aos alunos os desdobramentos de uma alimentação irregular e como isso afeta a qualidade de vida e  longevidade, assim crianças e adolescentes terão mais senso crítico, mudando seus hábitos de consumo e incentivando suas famílias a mudar também. Só assim, o problema será resolvido.