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Enviada em: 22/08/2019

Com o advento da Revolução Industrial, a indústria alimentar tomou grande espaço e força na cultura da população brasileira, onde a criação de novos hábitos alimentares contribuiu para o alto consumo de produtos artificiais. Infelizmente, essa mudança do padrão alimentar deu margem para o crescimento das Doenças Crônicas Não-Transmissíveis (DCNT) como diabetes mellitus, hipertensão, obesidade, doenças coronarianas e circulatórias e passaram a fazer parte da vida do brasileiro. Devido a isso, políticas públicas devem ser preconizadas tendo em vista o impacto dos ultraprocessados na saúde pública e não visar apenas a disponibilidade dos alimentos.       A princípio, o Brasil era um país inserido no Mapa da Fome da Organização das Nações Unidas (ONU) até 2003, o que levou ao desenvolvimento de programas que mudassem essa realidade como o Fome Zero (2001) no Governo de Lula. Contraditoriamente, essa insegurança alimentar foi substituída por outro problema que é a obesidade. Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde realizada em 2013 constatou que nos últimos 30 anos ocorreu aumento do número de indivíduos obesos, cerca de 60% dos brasileiros. Nesse cenário, os alimentos industrializados possuem considerável culpa para essa veracidade devido sua praticidade e acessibilidade, como grande exemplo é o aumento das redes de "fast foods" na maioria das cidades do país.       Além disso, a mídia tem contribuído para a retirada dos alimentos da culinária regional da mesa brasileira. De acordo com o grupo de Pesquisa da Relação Infância, Adolescência e Mídia da Universidade Federal do Ceará a publicidade infantil controla de forma agressiva o hábito alimentar das crianças e tem provocado o excessivo consumo de alimentos instantâneos. Nessa perspectiva, o governo municipal de Florianópolis estabeleceu uma lei que proíbe as lanchonetes de venderem lanches associados à brinquedos. Dessa forma, essa postura poderá mudas as taxas de incidência das DCNT's nos futuros brasileiros.       Fica evidente, portanto, que o modelo econômico capitalista e a indústria alimentícia são fortes influenciadores no que diz respeito à forma de alimentação dos cidadãos. Assim, faz-se necessário que o Governo Federal junto com as Instâncias Legislativas instituem, por meio de leis, um "teto" de preços nos supermercados do Brasil para que os alimentos orgânicos tenham valores mais acessíveis e possam fazer parte do prato dos setores mais pobres da sociedade brasileira. Só assim, poderemos resolver esse impasse e evitar que as doenças crônicas apareçam provocadas pela má alimentação.