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Enviada em: 19/04/2018

O desafio de lidar com a questão da utilização da mulher como objeto advém de um histórico cultural. Porque, desde os tempos remotos, a figura feminina é vista como inferior e submissa: em Atenas, mulheres eram excluídas politicamente; no Brasil, o direito ao voto foi adquirido somente em 1932. Nesse sentido, a cultura machista é alimentada a cada dia por propagandas degradantes às mulheres, isso está intrinsecamente ligado a questão da desigualdade de gênero e a uma sociedade  moldada pelo patriarcalismo. O  que é inaceitável para nações em desenvolvimento.                                       É notório que o homem, de certo modo, sempre se considerou superior às moças, o que corroborou com a montagem de muitas sociedades patriarcais. Dessa forma, para agradar tal sociedade, a mídia, que é muitas vezes constituída por homens, delineia a mulher em padrões submissos. Nas propagandas de cerveja, por exemplo, fica explicito o uso da mulher, como objeto de desejo,por meio da persuasão com cenários paradisíacos e roupas de praia, como biquinis, para atrair consumidores do sexo masculino. Sob essa conjuntura, Raduan Nassar em sua obra "Lavoura Arcaica" demonstra, de maneira nua e crua, a sociedade com o homem como líder, na qual, conforme o livro, as mulheres (mãe e filha) são passivas e complacentes às atitudes do indivíduo.                                                 Há de se saber, ainda, que a inclusão da mulher no mercado de trabalho, denotou uma evolução, ainda que pequena, na desigualdade de gênero.Assim, a mulher destoa dos esteriótipos construídos e impostos pela sociedade masculina no geral. Além de ela romper paradigmas incrustados no DNA da sociedade: mulher não atinge estabilidade financeira sozinha, mulher não joga futebol, não é gerente de grandes empresas, não é o grande cérebro por trás de descobertas científicas.                                                Convém, portanto, que a mídia atue na redução da figura feminina como objeto de desejo masculino, veiculando propagandas, em transportes públicos, no horário nobre da televisão,rádio e páginas nas redes sociais, cujo cerne denote as capacidades intelectuais dessas.Ademais, à comunidade, cabe aceitar e respeitar as mudanças em relação às mudanças de  gênero que estão ocorrendo- maior presença da mulher no espaço o qual era majoritariamente masculino- e, por isso, o Estado deve promover debates informativos abertos a essas comunidades, procurando esclarecer quaisquer dúvidas, principalmente das famílias que ainda são produto do patriarcalismo.