Enviada em: 07/05/2018

Segundo Vitor Hugo: "Das virtudes do homem, a maior é a razoabilidade". Nesse sentido, censurar ou aclamar as propagandas que utilizam o corpo feminino para promover vendas seriam idéias igualmente ruins. Por um lado, a liberdade de expressão é um direito inalienável, por outro, o mau uso dessa liberdade com a visível objetificação da mulher retratam uma sociedade misógina e falocêntrica.       É importante pontuar, de início, que, ao longo da história, a maior parte dos textos literários, das pinturas, das esculturas e das diversas expressões artísticas foram feitas por homens e para homens. Assim, é "comum" que a maior parte da produção cultural da humanidade, que nos influencia até hoje, retrate a mulher apenas como um objeto de desejo sexual. Contudo, ainda nas palavras de Vitor Hugo, "não existe nada tão poderoso quanto uma ideia cujo tempo chegou" e esse tempo chegou para as idéias de igualdade de gênero, de repeito ao universo feminino, de valorização da mulher e de isonomia.        Todavia, é valido salientar, também, que "Imprensa se combate com imprensa", como já sabia Dom Pedro II. Dessa forma, não são salutares as tentativas de proibir por força de lei propagandas consideradas misóginas. Pelo contrário, são válidas as tentativas de boicote ás marcas que fazem uso desse tipo de publicidade, são válidas as propagandas feministas que alertam a população quanto aos malefícios da objetificação da mulher. Além disso, A mera proibição desse tipo de propaganda em nada ajudaria no combate à tradição secular da misoginia.       Cabe, Portanto, ao Governo Federal e ao terceiro setor a tarefa de reverter esse quadro. O terceiro setor, composto por associações que buscam se organizar para lograr melhorias na sociedade, deve conscientizar por meio de palestras e grupos de discussões nas escoas e universidade, a sociedade quanto aos problemas relacionados à objetificação da mulher. O Estado, por sua vez, deve priorizar as questões relacionadas à identidade de gênero no sistema público de educação.