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Enviada em: 22/06/2018

No século XX Simone de Beauvoir cunhou o termo segundo sexo para expressar como as mulheres são tratadas como cidadãos de segunda classe. Indo além, a atual publicidade objetifica as mulheres, retirando a autonomia delas como sujeito, prejudicando toda população feminina.     Esse aparente paradoxo é explicado, em parte, pela obra do sociólogo Bourdieu. Segundo o autor desde a infância, símbolos como a linguagem- usada predominantemente no masculino- são utilizados para colocar a mulher em uma posição de inferioridade tanto socialmente como na concepção das pessoas. Como a publicidade utiliza do imaginário coletivo para comunicar-se com o público, usa dos símbolos machistas já dominantes na sociedade. Dessa forma cria um método de produção de massa para um mercado que movimenta bilhões.      Os autores da Escola de Frankfurt alertaram para os riscos de alienação que a mídia moderna impõe. Tal idéia é corroborada pelo fato de com toda essa violência simbólica na publicidade presente nos meios de comunicação de massa, não gera uma reação que canalize a revolta das mulheres, sendo que muitas acham essa situação normal. Segundo uma análise com base nas idéias de Grasmsci, isso é consequência da influência da ideologia dominante na mídia. Esse poder ideológico faz que mesmo as mulheres, inconscientemente, reproduzam o discurso machista, perpetuando-o.         Mostra-se nesse caso a necessidade da população politizada valorizar a mídia alternativa que confronta o discurso dominante dos meios de comunicação de massa. Assim parcelas cada vez maiores da população irão ter acesso a um ponto de vista alternativo, levando-as ao questionamento dos padrões atuais. O Estado deve utilizar seu poder de coerção para cobrar pesadas multas a esse tipo de publicidade, sob o respaldo legal. Aumentando significativamente o custo da circulação da publicidade que objetifica a mulher, o governo desestimula essa prática, agindo dentro da lógica do mercado.