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Enviada em: 02/12/2018

A objetificação da mulher na publicidade é um dos grandes desafios para e equidade de gênero no país. Por um lado, a presença da mulher na publicidade é vista por alguns como a superação de dilemas morais do passado, sobretudo quanto à forma de expor e valorizar o corpo. Já por outro lado, a exploração da sua imagem como uma forma apenas de cativar os homens é algo a ser combatido por uma questão de respeito.       Em primeiro lugar, é importante destacar a forma como a exposição do corpo da mulher se transformou ao longo das últimas décadas. Até o começo do século XX, qualquer exposição do corpo era alvo de questio-namento e declínio moral de uma determinada mulher. Com o movimento feminista e com o advento de mudanças culturais relevantes na sociedade ocidental, a figura da mulher migrou da típica "senhora recatada e do lar" para o perfil atuante e livre pela sociedade, senhora agora de sua própria razão e também com poder de decisão sobre seu corpo.       Tal liberdade gerou um contrassenso: quando uma mulher é exibida seminua em um comercial de cerveja, que segundo a cultura machista é uma bebida para homens, ela é livre ou refém da ideia que permeia a publi-cidade? De acordo com estudo da consultoria 65/10, cerca de 65% não se identificam com a forma como são retratadas na publicidade de cerveja, fato que tem incentivado fabricantes a buscar outras formas de divulgar seus produtos e alcançar também o público feminino.        Assim, percebe-se que há uma progressão natural da sociedade para que a objetificação da mulher perca o sentido. Para que esse processo seja acelerado, o Conselho Nacional de auto-regulamentação Publicitária (Conar) deve criar um comitê de publicidade feminina, cujos membros serão rotativos e representativos de mulheres de diferentes as origens sociais e étnicas do país. Esse comitê avaliará questões pertinentes à imagem da mulher, deliberando assuntos relacionados à moralidade e a identificação com a sociedade. Assim, por meio da democracia e da representatividade, a publicidade não mais retratará a mulher como objeto.