Enviada em: 05/08/2018

Conforme o Iluminismo, movimento intelectual surgido na Europa, no século XVIII, uma sociedade só progride quando um mobiliza-se com o problema do outro. Desse modo, para que essa sociedade seja igualitária e coesa, é necessário que todos os direitos dos cidadãos sejam garantidos. Contudo, ainda é notório, no Brasil, em pleno século XXI, as práticas midiáticas colaborando para a manutenção da desigualdade, erotização e banalização da mulher - o que explicita a falha de políticas públicas pautadas na valorização digna da imagem feminina e na formação de uma sociedade plena e consciente de seus direitos e deveres.                   É inquestionável que as autoridades brasileiras já proporcionam condições para assegurar a integridade da mulher. Pode-se mencionar, como por exemplo, a Lei Maria da Penha, cujo um de seus objetivos é avalizar sua integridade psíquica, sexual e moral. Isso demonstra, de certa forma, que já é intenção governamental cumprir com o que é previsto na própria Constituição Federativa do país.            Entretanto, medida pontual como essa, ainda é ineficaz para garantir uma representação congruente à imagem feminina nos meios de comunicação, pois, cotidianamente, são perceptíveis propagandas erotizando o corpo da mulher ou pressupondo que a vida dela gire em torno do homem, falta de respeito e igualdade de gênero, fazendo com que ela seja utilizada como um objeto de consumo, entre várias outras situações diárias. Isso se dá por uma deficiente formação cidadã digna, visto que ainda se observa o conservadorismo na sociedade brasileira, o que esclarece a subsequência do patriarcalismo e da opressão feita pelo machismo na vida das mulheres. A verdade é que o baixo nível educacional é o motivo pelo qual persiste esse paradigma, e enquanto as escolas não trabalharem na formação plena do cidadão esse problema perdurará. Confirma John Locke - pai do Iluminismo -, o qual defende que a mente humana é como uma tábula rasa sem nenhuma ideia, ou seja, o homem é como uma folha em branco.                 Depreende-se, pelos fatos expostos, que há necessidade de maiores investimentos educacio- nais - conforme a Lei de Diretrizes e Bases n. 9394/96. Portanto, é plausível que haja, por meio do Ministério da Educação - MEC -, a modificação do Currículo Escolar para contemplar aulas de Formação Cidadã, Ética, Respeito e Diversidade, com o intuito de conscientizar os educandos desde a educação infantil da importância de se viver de forma íntegra. Ademais, deverá ocorrer uma parceria com a Secretaria de Políticas para Mulheres - SPM -, unindo escolas e sociedade, voltando-as para a cidadania. Se assim for feito, ter-se-á uma sociedade pautada na concretização dos princípios básicos do Iluminismo.