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Enviada em: 15/08/2018

Reformulação da crença popular    Criadas com o objetivo de transmitir ideias, positivas ou negativas, acerca de determinado produto ou assunto, as campanhas publicitarias têm, intrínsecas a si, doutrinas políticas. A objetificação da mulher na publicidade, por exemplo, é responsável por ditar ao público a visão a ser adotada em relação ao sexo feminino. Dessa maneira, o machismo que circula nos meios publicitários é responsável por dificultar a efetivação da igualdade de gênero.   Comumente empregada em propagandas de bebidas alcoólicas, a imagem da mulher seminua é utilizada para contrastar com o próprio produto publicado, que é consumido por um público maioritariamente masculino. Desse contraste é estabelecido, portanto, a fonte de prazer ao homem. Isso tudo é comprovado pela recente pesquisa do Instituto Data Popular, que aponta que cerca de 56% dos espectadores conseguem identificar nitidamente a sexualização da mulher na publicidade audiovisual.      Outrossim, a manutenção da prática objetificadora da mulher é instigada, sobretudo, pela errônea crença popular de que a presença feminina em campanhas publicitárias de teor sexual auxilia no empoderamento desse sexo. Soma-se a isso a ausência de leis proibitórias quanto ao uso desse método baseado na transformação da mulher em mero objeto sexual. Sendo assim, a solução para a disseminação de práticas machistas deve ocorrer tanto na mídia quanto na política.     A problemática da objetificação feminina urge, portanto, uma mudança na conduta de empresas publicitárias, por meio não da exclusão da imagem feminina, mas do uso dessa de forma inclusiva e sem teor sexual, para que fique explícito à população que, assim como o homem, a mulher também pode desfrutar daquilo que o produto comercializado oferece. Ademais, é de responsabilidade do Estado, por meio da efetivação de leis proibitórias já em análise, frear qualquer objetificação feminina que haja nos meios midiáticos.