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Enviada em: 26/08/2018

A objetificação do corpo feminino se dá de forma gritante e em todos os âmbitos da sociedade, principalmente através de campanhas midiáticas, mas tem origem muito além delas. Isso porque a forma como se trata a mulher, desde o princípio, é diferente da maneira de tratar um homem. Ela é passiva e ele, completamente ativo. E isso se nota desde os requisitos para coroar-se uma rainha, que, historicamente, deveria primeiro ser casada para, só depois, ser coroada, diferente do rei que, como no caso do Brasil, nem maioridade precisaria ter, até, mais recentemente, a constante hiper-sexualização das mulheres na mídia.       Acerca desse assunto, as mulheres são tratadas como "troféus" pelos veículos midiáticos que tem como público-alvo o homem. Assim, fatalmente cervejeiras e fabricantes de carros, em sua maioria, as "usam" com a alusão de "compre meu produto, você terá mais mulheres se o tiver/consumir". Com isso, a mulher toma, novamente, um papel passivo, torna-se um bem de consumo sem, jamais, ser um. Dessa forma, logicamente pode-se entender que a mulher existe para o prazer masculino, e não para governar um país, como acontecia com as rainhas que deviam ser casadas e subordinadas a um rei. E, essa visão fere totalmente o princípio da Constituição Federal brasileira e a Declaração Universal dos Direitos Humanos, que presume serem todos iguais, independente do sexo, raça, credo e etc.       Igualmente, as mulheres também são vendidas a outras mulheres, visto que as campanhas midiáticas que tem como público-alvo o público feminino não fazem campanha objetificando homens, e, sim, impondo um padrão corporal "digno" do desejo masculino. Desse modo, muitas mulheres acabam por desenvolver problemas gravíssimos, como bulimia, anorexia e depressão, na busca por esse padrão, colocando sua saúde e sua vida em risco. A partir disso, faz-se entender Simone de Beauvoir quando diz que o opressor não seria tão forte se não tivesse cúmplices entre os oprimidos.       Logo, é primordial que o projeto de lei, que já tramita no legislativo, sobre o uso inadequado da imagem da mulher em campanhas publicitárias destinadas à venda de produtos de consumo seja provada. Não obstante, é primordial que o Ministério da Educação promova palestras, em parceria com o Ministério da Saúde, de modo a conscientizar as meninas e mulheres de que não se deve abrir mão do seu bem-estar em detrimento de outrem. Outrossim, para as pessoas que já foram afetadas de forma negativa por tal problemática, é muito importante que o Sistema Único de Saúde disponha de assistência médica e psicológica adequadas. Assim, aos poucos, se desconstruiria esse ideal de consumo do corpo feminino e entenderia-se que todos são iguais. E, consequentemente, não haveria mais "cúmplices" do opressor dentre os oprimidos, já que todas saberiam seu valor.