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Enviada em: 09/10/2018

A obra intitulada "A morte de Ivan Ilitch", de Lev Tolstói, discorre a respeito da falta do senso de coletividade e crítica ao individualismo. Apesar de toda a subjetividade, a trama serve como um gancho para abordar sobre a objetificação feminina ao tratar-se da esfera propagandística, a partir do momento que é corroborada a dicotomia existente entre hábitos culturais e condutas éticas. Dessa forma, compreender os impasses do quesito abordado, eis um desafio à contemporaneidade.  Considera-se, antes de tudo, que a quebra de estereótipos, apesar de crucial, não é prioridade. Sexualização e padronização feminina são algumas características que demonstram o agravamento da problemática. Segundo o filósofo Jurgen Habermas, a consolidação de uma "ética da discussão" corrobora a implementação de âmbitos morais. Nesse contexto, a máxima postulada por Habermas caminha em sentido retrógrado ao da temática, uma vez que o uso dos núcleos tecnológicos aliado aos anúncios publicitários dissimula a construção de uma ótica dominante que perde a oportunidade de gerar respeito mútuo. Tal fato é corroborado ao citar os dados do jornal "El País", no qual mais de 60% do setor publicitário coaduna com o uso de corpos femininos padrões.   Analisa-se, também, como o tema exposto reflete ativamente na dinâmica histórica. Com o advento da Terceira Revolução Industrial, houve a fusão do mundo físico com o virtual. Assim, a publicidade ganhou maior demanda e espaço no meio social. Entretanto, é notório que a temática reflete ativamente na disseminação do machismo, um hábito nocivo, porém já enraizado na sociedade. De acordo com o sociólogo Zygmunt Bauman, a modernidade líquida é marcada pela efemeridade e fluidez das relações. Pois, a circulação de propagandas, comerciais e anúncios ratificam um fértil terreno para a prática de tendências regressistas que lesem a permanência caótica de estereótipos, preconceitos, desigualdade e, principalmente, tentativas de consolidar uma "mulher perfeita".  Fica claro, portanto, que fazem-se necessárias medidas para tornar viável condutas morais. O Ministério da Educação, junto às ONGs, deve fiscalizar as leis já existentes, bem como investir na difusão de posturas que garantam com a cidadania e integridade humana, seja por meio da contratação de profissionais qualificados para debater nas escolas sobre machismo e práticas preconceituosas, workshops e feiras estudantis que valorizem a história feminina e quebrem com a objetificação e endeusamento de um corpo ideal, utilizando o dinheiro dos impostos para que tais políticas sejam efetivadas. Também, é de suma importância que a mídia, como grande formadora de opiniões, difunda uma cultura de criticidade e destaque a importância da problemática, por meio do uso de dados, entrevistas, matérias jornalísticas, documentários e jornais. Só assim, haverá mudanças.