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Enviada em: 09/10/2018

Historicamente, o papel feminino nas sociedades ocidentais foi subjugado aos interesses masculinos e tal paradigma só começou a ser contestado em meados do século XX, tendo a francesa Simone de Beauvoir como expoente. Conquanto tenham sido obtidos avanços no que se refere aos direitos civis, a objetificação da mulher na publicidade também é uma violência contra ela e é uma problemática persistente no Brasil, uma vez que por conta dessa publicidade, as mulheres são sexualizadas.    Primeiramente, é preciso ressaltar que a objetificação da mulher nas propagandas ratifica o seu papel de objeto sexual estabelecido pela sociedade patriarcal machista. Com efeito, esse tipo de exposição coloca a figura feminina como submissa ao homem. A consequência disso é o aumento do número de casos de abuso, seja sexual, psicológico ou físico, e torna ainda mais difícil a luta pela igualdade de gênero.    Além disso, vale salientar que a reificação do "sexo frágil" - termo popularizado pela cultura patriarcal, contudo, errôneo - é facilmente encontrada em propagandas publicitárias. Uma pesquisa realizada por estudantes da Universidade de São Paulo (USP) mostrou que, assustadoramente, em 60% das campanhas contém sexualização feminina. Esse dado reflete a ineficiência dos governantes em buscar meios para incluir, humanizadamente, a mulher no cenário atual, sem que a mesma seja "coisificada" por parte da mídia e da população.    Fica claro, portanto, que medidas precisam ser tomadas. Desse modo, é preciso que os órgãos controladores da mídia proíbam a utilização de imagens que passaram por edições e não condizem com a realidade. Outra medida necessária é a criminalização da exposição da figura da mulher de maneira desrespeitosa ou que induza à prática sexual. Dessa forma, um importante passo será dado na luta pela igualdade e os padrões que tanto fazem mal serão desconstruídos.