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Enviada em: 28/04/2019

Luce Irigaray, filósofa e analista belga, em seu livro "Sexo e genealogias" evidencia a existência de um másculo-centrismo,no qual todo discurso,valor, sonhos e desejos masculinos são bem aceitos, e o papel feminino é deslegitimado e suprimido. No que tange a objetificação da mulher na publicidade, é nítido que a falta da mulher no mercado de trabalho tornou esse tipo de publicidade algo constante nos meios midiáticos. No entanto, apesar de haver ainda a predominância do homem no mercado de trabalho, as mulheres encontraram no ciberativismo uma forma de combate desse tipo de másculo-centrismo.     A mulher nunca foi uma parcela significativa nos meios logístico das agências publicitárias e por isso a visão construída da mulher nas propagandas são reflexo da visão machista de mundo. Nesse sentido, um exemplo claro do que é o mercado publicitário é a série "Mad Men", no qual o protagonista Don Draper é um publicitário e sua agência é composta por homens em altos cargos e as mulheres são secretárias que,frequentemente, dormem com os funcionários. Desse modo, a série retrata esse universo de marketing alimentado por uma visão machista e mulheres vistas como simples objetos sexuais, algo que influência diretamente o produto final das campanhas publicitárias.     Contudo, a sociedade contemporânea tem vivido uma revolução, na qual as redes sociais tem sido uma ferramenta democrática no combate aos diversos preconceitos, dentre eles o machismo na publicidade. Nesse contexto, o ativismo digital foi utilizado pela publicitária Pri Ferrari e a jornalista Mila Alves que se indignaram pelo banner da Skol dizendo a seguinte frase: " Esqueci o não em casa", que faz estímulo ao abuso sexual frequente no carnaval .Com isso, elas interviram e reformularam a frase: "Esqueci o não em casa e trouxe o nunca", essa medida ganhou repercussão nas redes sociais e forçou a empresa a retirar e reformular a campanha.       Logo, se faz necessária uma atuação do Governo, por intermédio do Congresso nacional, na criação de leis que incentivem uma participação igualitária de homens e mulheres no mercado de entretenimento e publicidade.Com essa medida, o governo deve multar empresas que não cumprirem uma determinada porcentagem de homens e mulheres no trabalho logístico, a fim de atenuar a visão dominante de um só grupo na mídia nacional. Com isso, as mulheres poderão transmitir sua maneira de falar, sonhar e desejar não só por campanhas publicitárias, mas pela mídia como um todo, combatendo o másculo-centrismo.