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Enviada em: 05/07/2019

Nas poesias de Castro Alves,autor da terceira fase do romantismo brasileiro,a mulher representava um objeto de satisfação do desejo carnal,sua vida era condicionada aos anseios de uma sociedade patriarcalista. Não diferente dessa época,a mulher ainda é alvo de objetificação tanto na arte como na mídia,tendo em vista a crescente hipersexualização de seu corpo. Nesse viés,a construção de esteriótipos de uma mulher torna-se um fator responsável pelo aumento da violação de seus direitos e a uma auto-objetificação,culminando,portanto,em diversas problemáticas sociais.   Em primeiro plano,é valido destacar que a coisificação da mulher é um meio de alavancar a mídia e obter lucros,haja vista que esse pensamento esta atrelado ao conceito de "Indústria Cultural",proposto por Theodor Adorno, para designar o modo de fazer cultura segundo uma lógica industrial capitalista. Entretanto,se por um lado empresas lucram com a imagem das mulheres,essas ficam,portanto, a mercê do assédio sexual e violação de seus direitos,como o da liberdade para ganhar espaço na sociedade,uma vez que a mídia,influenciadora das massas,constrói propagandas em que a mulheres são vistas apenas como provedora de prazer sexual e sem atributos sociais. Assim,essas ações corrobora para a perpetuação de uma cultura de estupro e desvalorização de gênero na sociedade.  Em conjunto com isso,a auto-objetificação torna-se uma consequência da sexualização midiática feminina e assim as mulheres se "auto policiam" em relação ao seu corpo e,consequentemente, expressem competição uma com as outras. De acordo com a pesquisa realizada pela Psicologia da Mulher, a auto-objetificação resulta em figuras menos ativas socialmente. Isso decorre de uma de série de distúrbios alimentares e vergonha do próprio corpo, criado a partir das imagens propagadas pela publicidade de mulheres com corpos bonitos e que atendem ao padrão estético contemporâneo. Nessa perspectiva,romantiza-se um cenário que deveria ser retificado no Brasil,haja vista que sua repercussão afeta tanto a vida individual da mulher,como o equilíbrio do convívio social.  Sendo assim,cabe ao Ministério da Educação introduzir na grade comum curricular projetos sociais voltados para o estudo da mídia e seu papel social na construção do pensamento civil,por meio de mesas redondas,brincadeiras e encenações artísticas, para que seja debatido a objetificação da mulher nas propagandas e como isso constrói uma sociedade baseada na desvalorização de gênero. Essa medida terá como intuito instruir os adolescentes para combater esse cenário de violação de direitos da mulher. Ademais,a sociedade civil poderá colaborar com mobilizações nas redes sociais,como o "Instagram", por meio de publicações que incentivem a sororidade feminina e demonstrem o quão importante é o papel social da mulher. Assim,será possível apagar as marcas da objetificação feminina.