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Enviada em: 05/08/2019

Muito se tem discutido, durante os últimos anos, acerca da objetificação da mulher na publicidade. Devido ao desenvolvimento tecnológico, foi facilitada a circulação de propagandas que utilizam o corpo feminino para incentivar a compra de um produto. Contudo, a dificuldade de reconhecimento desses conteúdos é agravada pelo machismo naturalizado em nossa cultura, o que traz consequências graves para as vítimas desses anúncios. Dessa forma, torna-se imprescindível a participação do Poder Legislativo e das escolas na resolução dessa questão.   Em primeiro lugar, é mister ressaltar que o fato de a mulher ser vista como objeto ou mercadoria é consequência do machismo enraizado em nossa sociedade. Segundo o sociólogo francês Pierre Bourdieu, o conceito de “dominação masculina” se refere à imposição da figura de poder do homem em relação à mulher, cujo resultado é a legitimação das ações do mesmo. A partir dessa definição, é possível notar que a naturalização de comportamentos de caráter machista faz com que a objetificação feminina na publicidade, em diversos casos, não seja identificada como um problema, uma vez que esta é justificada.   Por conseguinte, ao não perceberem que tal tipo de representação desvaloriza não só suas capacidades intelectuais, mas também ignora seus aspectos psicológicos e desejos, é iniciada em muitas mulheres uma auto-objetificação. Nesse âmbito, guiadas pelo pensamento de que atender às expectativas dos homens é o seu papel na sociedade, elas passam a verificar seus corpos constantemente e até mesmo tentam alterá-los, com o objetivo de se encaixarem nos padrões reproduzidos pela mídia. Diante disso, essas vítimas podem desenvolver sérios problemas de saúde, como distúrbios alimentares e depressão. Desse modo, pode-se observar que a objetificação do corpo feminino atinge a saúde física e mental das mulheres e, em vista disso, deve ser combatida.   Infere-se, portanto, que a objetificação da mulher na publicidade é reflexo de uma cultura machista  e que seus efeitos são graves. Isto posto, urge que o Poder Legislativo elabore leis que proíbam a difusão de conteúdo que utilize o corpo feminino com fins comerciais, para que este não seja visto como mercadoria. Ademais, cabe às escolas auxiliarem, através de palestras e debates, na desconstrução do machismo e dos padrões corporais impostos, com o fito de que as mulheres não baseiem seu valor como ser humano em sua capacidade de ser um objeto. Somente assim, elas deixarão de ser retratadas dessa maneira.