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Enviada em: 20/08/2019

No período colonial, a figura do nativo era tida como inferior e impura diante dos colonizadores, que impunham suas vontades. Nesse contexto, as mulheres indígenas eram, rotineiramente, abusadas e estupradas. Hodiernamente, é fato que nuances dessa visão permeiam, sobretudo na problemática da objetificação do corpo feminino no que tangencia a sua representação na publicidade. Logo, é mister se analisar o fato para se contorná-lo. Antes de tudo, é válido ressaltar que a objetificação da mulher desconsidera toda a luta pela igualdade de gêneros, uma vez que perpetua a cultura do machismo ao refletir a imagem feminina como submissa aos prazeres do homem. Nesse âmbito, é comum, em propagandas, a exaltação de seus corpos com curvas que acentuam as suas intimidades e que, por edição, deletam qualquer marca natural, a exemplo de estrias, se referindo à mulher como pronta para servir ao homem. E isso, por si só, converge à realidade do Brasil Colônia, ao passo que condiciona às mulheres a necessidade de aceitação masculina. Todavia, a resolução do problema é dificultada. É possível se traçar um paralelo da situação com a propaganda ufanista de Hitler na Alemanha nazista, visto que esta tinha o objetivo de ressaltar a imagem de seu governo e aumentar o clamor popular. Destaca-se, atualmente, que o lucro com esse tipo de publicidade aumenta, o que faz com que se expandam os materiais midiáticos com a materialização do corpo feminino. Assim, ao induzir ao público - mormente, masculino - à compra de determinado produto, por exemplo, torna este passivo no processo de julgamento e tomada de decisões. Portanto, cabe ao Ministério da Educação a promoção de palestras nas escolas, com toda a comunidade escolar, com o objetivo de explicar os conceitos de objetificação do corpo da mulher e seus impactos, fazendo com que a população se torne capaz de entender a relação entre consumo por vontade e por indução. Ademais, urge que o Estado crie infográficos, cartilhas e vídeos, que tornem explícito como a situação é degradante à sociedade e, uma vez que divulgados na internet, farão com que os leitores reflitam sobre a objetificação. Dessa forma, o lucro das empresas com tais propagandas sofrerá um declínio, o que tornará inviável a expansão de conteúdos que exponham as mulheres, de tal forma que a sociedade caminhará no sentido contrário à perpetuação de práticas machistas retrógradas.