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Enviada em: 05/06/2017

Em Amsterdã, capital da Holanda, existe um bairro conhecido como "Red Light District", onde as mulheres ficam expostas em vitrines nas ruas e oferecem, legalmente, prostituição. Embora seja  uma forma de divulgar seu trabalho, esse tipo de publicidade acaba objetificando a mulher, comparando-a a um produto exposto na prateleira de um supermercado, o qual é escolhido e utilizado pelo consumidor. Embora seja um fato internacional, também faz parte da realidade brasileira, destacado em comerciais de cerveja e automóveis.       Com intuito de atingir o público masculino, agências de publicidade constroem, em suas propagandas, um padrão de felicidade que o consumidor acredita que terá ao adquirir o produto. Esse modelo de vida exemplar, pautado no desejo sexual, exibe mulheres seminuas servindo os homens, enquanto são comparadas a produtos e objetos através de piadas machistas. Diante disso, a concepção de objetificação da mulher é cultivada a cada propaganda, incentivando esse padrão social extremamente ultrapassado.       Segundo o filósofo Immanuel Kant, o conceito de dignidade humana resumi-se em que os seres racionais possuem um fim em si mesmo e não podem, portanto, ser utilizados para se atingir determinadas finalidades. Desse modo, as campanhas publicitárias que comparam mulheres à "coisas" estão ferindo a dignidade humana feminina, provocando um mal público, frente aos interesses privados dessas empresas.       Sendo assim, é necessário que haja intervenção civil e estatal a fim de combater esse problema. O CONAR, Conselho Nacional de Autorregulamentação, deve aplicar multa à empresas que objetificarem as mulheres, bem como aplicar a quantia arrecadada em campanhas de incentivo à dignidade feminina. Nesse contexto, o estado deve inserir na grade curricular da matéria sociologia, conceitos de empoderamento da mulher na sociedade e as consequências negativas de uma cultura machista. Só assim, será possível viver em um país mais digno.