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Enviada em: 19/06/2017

O publicitário é um profissional cuja função é convencer, por meio do conjunto léxico-imagético, determinado setor da população a aderir uma ideia e\ou um produto. Sabe-se que, para uma maior eficiência desse mecanismo, deve haver interlocução entre o profissional e os possíveis consumidores. Por isso, a objetificação da mulher na publicidade constitui –tão somente - o reflexo de uma sociedade patriarcal.   É elementar que se leve em consideração como a formação histórica da humanidade atuou ativamente para culminar na atual realidade. Quando, antes da formação das grandes civilizações, a mulher ficava grávida era papel do homem protege-la contra possíveis predadores. Essa fragilidade, talvez, resulte no fato de que na maior parte das vezes as mulheres fossem consideradas inferiores. Desde então, houveram poucas mudanças efetivas nesse sentido, o que reverbera, hoje inclusive, na propaganda.   Em detrimento dessa questão, pode-se notar uma deficiência de valores coerentes com os direitos femininos. De acordo com a pesquisadora Caroline Heldman, o problema existe na dicotomia objeto-sujeito em que o sujeito pratica e o objeto sofre a ação. Por isso, a falta de reconhecimento da mulher como sujeito é capaz de cercear sua autonomia. Dessa forma, sem voz ativa, muitas perdem o direito de defesa, além de – diversas vezes - o poder sobre o próprio corpo.  Torna-se evidente, portanto, que a objetificação feminina é uma construção histórica que se manifesta na publicidade visando dialogar com os consumidores e atingir maiores lucros. Para reverter essa problemática, é preciso que a ONU (Organização das Nações Unidas) realize conferências internacionais com líderes de Estado, abordando maneiras de conceder maior participação social às mulheres. Deve, inclusive, em conjunto com a mídia criar campanhas que incentivem, a caracterização da mulher como sujeito. Talvez, assim, como disse Oscar Wilde, o descontentamento seja o primeiro passo na evolução da sociedade.