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Enviada em: 27/06/2017

Desde o Iluminismo e, posteriormente, a Revolução Francesa o caráter civil participativo acentuou-se nas sociedades mundiais. No Brasil contemporâneo, entretanto, a predominância de valores machistas subjuga o direito de opinião das mulheres, principalmente, quando promove a objetificação feminina na publicidade. Nesse sentindo, percebe-se que tal realidade ocorre, seja pela influência da cultura patriarcal , seja pela naturalização do machismo na mídia em prol do lucro.  Discutido pelo sociólogo Gilberto Freyre, o conceito do patriarcalismo na instituição familiar, herdado pelo período colonial, refere-se ao homem como chefe provedor da família. Partindo desse pressuposto, a mulher era considerada não só dependente economicamente, mas também mero objeto do prazer sexual masculino. Atualmente, ainda que tal gênero tenha alcançado certa independência financeira, a característica da objetificação do corpo feminino persiste na sociedade. Por essa razão, o uso da imagem de mulheres seminuas nas publicidades, majoritariamente, voltadas para o publico formado por homens tornou-se tão comum, ratificando, ainda mais, a desigualdade de gênero no Brasil.  Somando-se à questão supracitada, a naturalidade com que a mulher é reificada, em diversos aspectos da publicidade midiática, desde a venda de bebidas alcoólicas até a divulgação de novos automóveis, demonstra a persistência histórica do machismo no país. Mesmo diante desse problema, muitas empresas continuam disseminando a objetificação feminina no mercado publicitário, já que, de forma análoga às leis newtonianas, um corpo tem a tendência de manter seu movimento até que alguma força atue sobre ele. Por esse viés, enquanto não houver ampla coibição para tal conduta, as instituições empresariais continuarão a privilegiar o lucro em detrimento dos valores éticos e morais ao referir-se à mulher na propaganda.  Nessa perspectiva, urge a necessidade de criar medidas com o fito de solucionar o impasse da reificação feminina na publicidade, Cabe ao Estado, portanto, aprovar sanções penais que coíbam a venda de produtos baseada no apelo erótico da imagem das mulheres, além de elaborar campanhas midiáticas permanentes a fim de desconstruir o comportamento machista de muitos brasileiros. No campo social, as instituições de ensino podem promover a conscientização, ao debater sobre os malefícios da herança cultural patriarcalista para a sociedade, uma vez que corrobora com a associação das mulheres a objetos. Com a adoção dessas medidas, talvez , seja possível efetivar o posicionamento participativo feminino, já acentuado pelas mudanças históricas do século XVIII.