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Enviada em: 20/07/2017

O sociólogo Zygmunt Bauman, ao propor a existência de uma Modernidade Líquida, mostrou como a Revolução Industrial e o avanço do capitalismo, trouxeram consequências importantes para o aumento do consumismo, da criação de uma sociedade do espetáculo e, principalmente, do fascínio pela mercadoria, culminando na ideia de que o lucro deve sobrepor o respeito aos direitos humanos. Desse modo, pode-se inferir sobre a objetificação da mulher em propagandas e anúncios publicitários, visando a persuasão do público alvo e a venda de produtos, ao tratá-las como simples mercadorias do sistema capitalista.      Nesse cenário, é válido ressaltar que a maior produção industrial brasileira é a de cerveja. As propagandas de bebidas alcoólicas, visam a utilização da figura feminina de forma degradante, como atrativo à população masculina, incentivando e intensificando o machismo e o preconceito. Outrossim, até mesmo nas músicas, a mulher é tida como mero objeto de satisfação dos desejos sexuais.      Assim, essa ideia estereotipada, ao ser repercutida gera consequências desastrosas. Vítimas de abusos, violências e estupros, as mulheres sofrem diariamente com prejulgamentos por serem consideradas o "sexo frágil" e inferior, o que se evidencia tanto no esteriótipo de que "lugar de mulher é em casa", construção advinda da típica família patriarcal brasileira evidenciada por Gilberto Freyre em seu livro Casa Grande & Senzala, quanto nos salários menores para cargos de trabalho iguais aos dos homens.       Ainda convém lembrar que a mídia, como veículo de manipulação de opiniões, acaba vendendo não só produtos, mas também ideias do que é bom ou ruim, certo ou errado e, para que o ser humano não se torne alienado e hábitos ruins e ofensivos continuem sendo propagados, deve ser contestada. Ademais, o movimento feminista vem crescendo diariamente e Simone de Beauvoir, ícone do movimento, ao dizer que "ninguém nasce mulher: torna-se", propõe que a igualdade de gêneros e o respeito para com as mulheres seja colocado em prática pela sociedade para então, rompermos com ideias equivocadas, já naturalizadas na mente de algumas pessoas.     Sendo assim, medidas precisam ser adotadas. Primeiramente, os meios de produção de massa devem evitar que propagandas e anúncios que desvalorizem a mulher e a objetifiquem sejam veiculados, através da vigilância, fiscalização e punição. Em adição, as escolas podem disseminar ideais de igualdade de gêneros e respeito para com o semelhante, por meio de palestras e projetos pedagógicos. Por último, as famílias devem estimular o desenvolvimento da mentalidade crítica dos filhos, através do diálogo para que, desde cedo, aprendam o exercício da alteridade e do altruísmo.