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Enviada em: 31/08/2017

Na conjuntura social contemporânea, nota-se que pela influência da mídia e da normalidade do comportamento social, há o desenvolvimento da objetificação da sexualidade, principalmente, ao corpo feminino. Esse preocupante cenário encontra explicação nos dois principais filósofos da escola de Frankfurt, Theodor Adorno e Max Horkheime, os quais afirmam que o ser humano está submetido a um consumo imediato e padronizado pela mídia; essa dependência é denominada de cultura de massa. Perante essa massificação cultural, a objetificação da mulher na publicidade acaba influenciando a maneira na qual ela é vista na sociedade, assim, nessa problemática há a perpetuação da cultura machista e a desigualdade entre os gêneros.        Em 1950, eclode, nos EUA e em toda Europa, o movimento feminista que, a princípio, buscava a igualdade de gênero no âmbito jurídico, isto é, o direito ao voto. Diferentemente, dessa época, com a ajuda da globalização, hoje, o movimento feminista se espalhou por todo mundo e ganhou várias esferas específicas, entretanto, é indubitável que dentro do caráter publicitário atual, as mulheres são exibidas apenas pelo seu corpo, que é comparado a um objeto ou mercadoria. Essa perspectiva acaba alimentando e perpetuando uma sociedade patriarcal e machista que torna a mulher, cada vez mais, submissa ao homem, fazendo com que esta fique sujeita à atos de violência e discriminação.         Em segunda instância, a partir de 1950, cresce a participação feminina no mercado de trabalho, entretanto, passados quase 70 anos, a sociedade, no geral, ainda tem dificuldades em lidar com essa realidade. Nesse sentido, atualmente, esse obstáculo é fortalecido pela coisificação de uma estética padronizada ao corpo feminino que, principalmente, em comerciais de bebidas alcoólicas e de produtos de uso pessoal (como shampoos e cremes dentários), acabam sustentando a desigualdade entre os gêneros. Tal circunstância, indiretamente, faz com que haja uma discrepância salarial entre os gêneros e dificulta a inserção das mulheres no mercado de trabalho; além disso, no âmbito social, esse cenário alimenta a cultura do estrupo e do assédio sexual.        Em virtude do que foi mencionado, fica claro que para solucionar as questões referentes ao ultraje da estética feminina na publicidade, é preciso promover uma parceria entre o Ministério da Fazenda e a mídia engajada com o intuito de desvincular a cultura de massa da objetificação do corpo feminino. Portanto, cabe ao primeiro promover uma legislação publicitária específica com uma série de medidas censitárias que proíbam à alusão do corpo a um determinado produto ou a sua eficácia. Já a segunda cabe promover filmes, teatros, novelas e campanhas sociais que desprenda a padronização do corpo feminino como um produto a ser consumido. Afinal a cultura de massa é um obstáculo a ser vencido.