Materiais:
Enviada em: 22/09/2017

Misógina, sexista e machista, essas são algumas expressões que definem a atual situação da sociedade brasileira que, devido à instituições sociais que objetificam e desvalorizam o sexo feminino, permanece fundamentada em um modelo patriarcal. Frente a isso, muito se tem discutido sobre o papel das campanhas publicitárias no processo de objetificação da mulher. Há aqueles que consideram irrelevante a influência dessa instituição nesse processo, e outros que consideram a mídia uma das grandes reforçadoras dessa questão. Em uma análise aprofundada da situação, observa-se que as campanhas publicitária promovem a desvalorização da mulher e, portanto, devem ser combatidas.  Ademais, há quem acredite que as propagandas comerciais não influenciam na formação do caráter misógino da sociedade, pois consideram que esse preconceito é fundamentado em valores culturais históricos, intrínsecos à formação social do Brasil. Entretanto, há se de considerar que assim como proposto por Weber, as instituições sociais contribuem para o processo de socialização de valores moldando, assim, o caráter do indivíduo.Dessa forma, sendo a mídia uma das instituições mais influentes no século XXI, torna-se evidente que ela possui uma importante contribuição para a sustentação do atual modelo social sexista, por meio de propagandas que desvalorizam o sexo feminino.  Além disso, vale destacar que assim como proposto pelo sociólogo Adorno, a publicidade atua intensamente na criação de esteriótipos que tiram a liberdade de pensamento dos espectadores forçando imagens, muitas vezes errôneas, em suas mentes. Prova disso são as campanhas publicitárias, que utilizam de mulheres consideradas atraentes em suas propagandas, com o objetivo de criar a imagem do sexo feminino como um objeto que pode ser conquistado por meio do uso de álcool.  Torna-se evidente, portanto, que a objetificação da mulher em campanhas publicitárias representa um mal para a sociedade e deve ser combatido. Cabe ao Ministério da Justiça implementar leis que visem coibir a objetificação do sexo feminino em propagandas, fitando reduzir a desvalorização do sexo feminino nesses anúncios. Concebe às ONGs, voltadas para os direitos das mulheres, promoverem campanhas sociais com a participação de representantes do movimento feminista, visando reforçar na população a importância da igualdade entre os gêneros e a necessidade de denunciar campanhas de cunho machista. Além disso, compete ao Ministério da Educação implementar nas aulas de sociologia e filosofia do ensino médio, debates sobres o descaso da sociedade com a questão da igualdade de gêneros e o papel da publicidade nesse processo, visando socializar nos jovens à necessidade de respeitar o sexo feminino, desconstruindo a visão objetifica da mulher difundida pela mídia.